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Carlos Eduardo Alves articulou contratação de empresas apanhadas em desvios de R$ 22 milhões e agiu para MPRN não descobrir fraudes, revela delator

FOTO: REPRODUÇÃO

No posto de prefeito de Natal, Carlos Eduardo articulou para que empresas apanhadas no esquema da operação cidade luz fossem beneficiadas com contratações e, na iminência das irregularidades serem descobertas, agiu para as denúncias inventariando os crimes contra a administração pública não fossem entregues ao Ministério Público.

As revelações constam de trechos inéditos da delação do ex-secretário de Serviços Urbanos de Natal na gestão de Carlos Eduardo Alves, Jerônimo Melo.

O ex-secretário contribuiu para as investigações que revelaram desvios de R$ 22 milhões na Semsur.

As informações fragilizam a ideia de gestor imaculado que Carlos Eduardo vem tentando transmitir ao longo da campanha para o Senado.

Atuação

Jerônimo Melo contou aos promotores do Patrimônio Público que antes de chegar à titularidade da Semsur, participou dos esquemas da pasta na condição de empresário contratado para serviços.

Na versão apresentada à promotoria, o ingresso dele nas contratações se deu por determinação de Carlos Eduardo Alves ao então vereador Raniere Barbosa, que controlou a Semsur durante parte da gestão do ex-prefeito.

Segundo Melo, ele iniciava os serviços antes mesmo de ser contratado. Quando questionou como se daria o esquema, lhe foi explicado que a empresa dele seria escolhida na licitação, fraudada, portanto, e que haveria encontro de contas nos pagamentos das faturas.

Ele contou que tudo isso era do conhecimento de Carlos Eduardo Alves.

Esconder

Revelado em 2017 em operação do Ministério Público do RN, a Operação Cidade Luz quase veio a público antes. Por ocasião da escolha da empresa para realizar a parte decorativa e de infraestrutura do carnaval de 2015, uma crise entre os empresários quase fez o caso chegar ao Ministério Público do RN, mas Carlos Eduardo Alves atuou, segundo o delator, para que o caso não chegasse à promotoria.

Uma licitação de cartas marcadas foi designada para ocorrer, mas por um erro formal, a empresa que deveria ganhar, a Lançar, acabou perdendo para a BKL. Ocorre que a BKL apresentou documento falso na licitação. Jerônimo, que disputou a licitação, ameaçou ir ao Ministério Público do RN.

Quando a falsidade do documento foi atestada, o então prefeito da cidade pediu para Jerônimo não envolvesse o Ministério Público no assunto porque isso traria problemas à gestão. Nessa mesma conversa, o prefeito prometeu que a empresa de Jerônimo, que perdeu a licitação, faria parte das contratações do Carnaval de Natal.

Com informações do Blog do BG

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