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Cantora potiguar vai representar RN em festival nacional de forró

FOTO: DIVULGAÇÃO

Adepta do forró pé-de-serra autêntico, a cantora seridoense Deusa Nordestina do Forró está indo cada vez mais longe com sua música de raiz: ela vai representar o Rio Grande do Norte no 21º Festival Nacional de Forró de Itaúnas (Fenfit), nos dias 20 e 21 de julho, no Espírito Santo. Deusa integrará o projeto “Maria Forrozeira”, que reunirá nomes estrelados do gênero, como Lucy Alves, Falamansa, Assisão, Trio Dona Zefa, entre outros. O Fenfit é considerado o maior evento de forró fora do Nordeste, sendo uma vitrine nacional para os artistas.

Deusa foi convidada para o  evento pela cantora Thaís Nogueira, irmã do sanfoneiro Mestrinho. “Eu estou honrada com o convite, e também muito ansiosa para me apresentar. Esse vai ser um show diferente pra mim, pois Itaúnas virou o epicentro forrozeiro do sudeste, e é uma cidade turística. Vai ter músico de todo Brasil, e eu poderei participar com minha presença nordestina real”, afirma.

A artista nascida em Acari, com 35 anos de estrada dedicada ao forró, ressalta que, no palco, vai além do canto. “Além de cantar as músicas, eu também tento transmitir as vivências do povo nordestino. Minha voz é meu documento”, diz. Deusa despontou na cena forrozeira como integrante do grupo As Potiguaras, composto apenas por mulheres, o que chamava bastante atenção na época.

Em 2009, Deusa formou seu próprio grupo feminino de forró, As Nordestinas. E a partir de 2018 iniciou sua carreira solo, com uma banda mais enxuta, e mais liberdade para fazer as coisas do seu jeito. No palco, a artista canta, dança e toca triângulo, um dos instrumentos mais difíceis do forró pé-de-serra. Deusa acredita que sua performance é um diferencial importante enquanto forrozeira.

Tradicional e moderna

Apesar de ser uma defensora ferrenha do forró tradicional, Deusa afirma que não gosta de estereótipos. “Eu não curto me fantasiar de Maria Bonita nos shows. Minhas referências visuais são outras, como Elba Ramalho, Ivete Sangalo e até a Beyoncé. A gente precisa lembrar que está no século 21, não em 1950. Eu canto pé-de-serra sim, mas de uma forma diferenciada”, afirma.

Nascida Iranilda Albuquerque, Deusa já tem três discos lançados – “Diferentes das iguais”, “Apego ao sertão” e “Bulir com tu” – nos quais faz questão de exaltar suas influências de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Jorge de Altinho, entre outros. Em 2022 Deusa lançou o EP “Gente de Marinês”, produzido pelo filho da própria Marinês (1935-2007).

Graças à tecnologia, a cantora potiguar pôde dividir uma música com a musa pernambucana. “Eu fiquei maravilhada com o resultado. Realizei um sonho, mesmo que não tenha acontecido de verdade”, diz. Deusa conta que já recebeu propostas para “modernizar” sua música, mas recusou todas elas. “Não sei se por isso me apresento mais fora que dentro do meu estado, mas nunca abrirei mão do meu jeito de fazer forró”, conclui.

Em agosto, nos dias 11 e 12, em Brasília, Deusa participará de shows na cidade, incluindo o Arraial do  Sinpro, do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, cuja programação terá Geraldo Azevedo, entre outros.

Tribuna do Norte

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