Apesar da previsão de redução de câncer de pulmão, principalmente nos homens, entre 30 e 69 anos, com uma diminuição de 28% na probabilidade de mortalidade prematura por câncer de pulmão no Brasil, no período de 2026 a 2030, a doença ainda é a de maior mortalidade e requer alertas nos cuidados e diagnóstico. Especialmente porque no Rio Grande do Norte, ele é o 4° câncer que mais atinge as pessoas, com cerca de 500 novos casos registrados em 2023.
Para aumentar a divulgação das medidas que podem prevenir ou aumentar as chances de cura, o mês da conscientização sobre o câncer de pulmão, Agosto Branco, enfatiza os cuidados com a própria saúde, a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e dos avanços no tratamento da doença.
Durante o mês, diversas campanhas de conscientização são realizadas por organizações de saúde e ONGs, com o objetivo de disseminar informações sobre os sintomas, fatores de risco e outras questões sobre a temática. Um exemplo disso é a Liga de Mossoró de Estudos e Combate ao Câncer, que iniciou a campanha nesta semana, no Hospital da Liga. Na oportunidade, serão realizados diversos serviços como massagens, procedimentos estéticos, tomografias ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e consultas com oncologista.
O público-alvo são pessoas entre 50 a 80 anos que são fumantes ou já deixaram o hábito há, pelo menos, 15 anos. Para ter algum dos serviços, é necessário ir até a antiga Casa de Saúde Santa Luzia, na Praça dos Hospitais com cartão do SUS, RG, CPF e comprovante de residência.
Em outros momentos, o Ministério da Saúde realizou outras campanhas que também tinham o objetivo de mudar a realidade atual do País. Uma delas era o Dia Mundial sem Tabaco, no dia 31 de maio. A principal meta era a conscientização sobre os danos causados pelo hábito e promover ações que levem à redução do consumo. Pois o vício não só pode causar o câncer de pulmão, mas também mais de 50 doenças.
“Fumantes, comparados aos não fumantes, apresentam risco dez vezes maior ter câncer de pulmão, a probabilidade de ter infarto é cinco vezes maior, assim como de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar e o risco de ter derrame cerebral é duas vezes maior”, disse a pasta.
Casos
Atualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 32 mil pessoas no Brasil têm a doença, representando 4,6%. Cerca de 15% dos casos correspondem ao câncer de pulmão de células pequenas, e 70% dos pacientes apresentam estágio avançado da doença quando recebem o diagnóstico. Com base nisso, a oncologista Danielli Matias alerta para o diagnóstico precoce.
Oncologista explica que tabagismo é a principal causa| Foto: Divulgação
Segundo a médica, a principal causa do câncer de pulmão é o tabagismo, responsável por cerca de 85% dos casos. No entanto, é importante destacar que não fumantes também podem desenvolver a doença. Outros fatores também devem ser destacados, como a poluição e exposição ocupacional.
“Depois do hábito de fumar, o gás radônio se destaca como uma das principais causas para a doença, logo depois vem a exposição ocupacional [ao cigarro]”, adverte.
Caso não haja a prevenção adequada, o estimado, segundo o Inca, é que o aumento de casos, durante o triênio 2023-2025 seja cerca de 704 mil casos anuais de câncer no País, sendo o de pulmão o quinto mais comum nessa escalada e o primeiro tipo de tumor que mais mata.
A oncologista ratifica que o Agosto Branco é importante para reforça a busca pelo diagnóstico precoce. De acordo com ela, a campanha pode alertar ainda mais a cessão do tabagismo e também ao exame de tomografia de tórax de baixa dose nos pacientes que já são tabagistas ou que foram por longas datas. “É um alerta para procurarem o seu epidemiologista ou até mesmo o um oncologista para fazer os exames de rastreio para tentar o diagnóstico precoce, pois é uma doença muito agressiva”, afirma.
Para um tratamento bem sucedido, continua a especialista, é necessário um conjunto de fatores. Isso inclui a equipe multidisciplinar como cirurgião torácico, radioterapeuta, oncologista, equipe de cuidados paliativos e a parte de enfermagem. “É importante que o grupo esteja unido para tomar as decisões em prol do paciente e na adequada condução do seu tratamento”, finaliza.
Embora tenha índice de mortalidade grande, é possível fazer tratamento. Para Matias, apenas 30% das pessoas que têm a doença podem realizar a cirurgia, já que a maior parte delas buscam um médico já quando o câncer está avançado. A oncologista ratifica que o Agosto Branco é importante para reforçar a busca pelo diagnóstico precoce. “É um alerta para procurarem o seu pneumologista ou até mesmo um oncologista para fazer os exames de rastreio para tentar o diagnóstico precoce, pois é uma doença muito agressiva”, afirma.
Tribuna do Norte