A Câmara dos Deputados norte-americana aprovou nesta quinta-feira, 31, as regras para a instauração do inquérito contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por 232 votos contra 196, os deputados decidiram que testemunhas agora serão ouvidas em público e transcrições de depoimentos anteriores deverão ser divulgadas. Todos os republicanos votaram contra. Apenas 2 democratas se opuseram.
Até o momento, os depoimentos foram feitos a portas fechadas. Em algumas audiências, nomes importantes da gestão Trump foram indiciados a testemunhar, como o advogado pessoal do presidente, Rudy Giuliani – que teve papel central para pressionar o governo ucraniano.
Um dos outros depoimentos foi o do coronel Alexander Vindman, que testemunhou na terça-feira, 29. Alexander Integra o Conselho de Segurança Nacional e já atuou na Ucrânia. Disse que foi testemunha de que Trump pediu a outro líder que investigasse um político norte-americano e afirma que escutou o telefonema entre os dois mandatários.
“Não pensei que fosse apropriado pedir a um governo estrangeiro que pesquisasse um cidadão dos EUA, e estava preocupado pelos envolvimentos do apoio da Ucrânia para o Governo de EUA”, disse Vindman.
NA PRÁTICA
O caminho do impeachment não muda muito. Mas foi a 1ª votação que mostrou o que se poderia intuir e o que agora é fato: há uma maioria sólida na Câmara para que o impeachment de Trump siga em frente. O grande teste do presidente dos EUA será no Senado, Casa na qual há maioria republicana.
Logo depois da aprovação, o líder norte-americano disse que a instauração do processo é “a maior caça às bruxas da história norte-americana”. Em documento, a Casa Branca completou as acusações: “é injusto, inconstitucional e fundamentalmente antiamericano”.
O PROCESSO
A Câmara norte-americana instaurou processo de impeachment contra o presidente Donald Trump após divulgação de documento relativo a um telefonema entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Na ligação, o presidente norte-americano pressiona o líder ucraniano a investigar Joe Biden (pré-candidato democrata às eleições de 2020 líder nas pesquisas) e seu filho, Hunter Biden.
Veja um resumo dos motivos para o processo de impeachment de Donald Trump:
- perseguição a Joe Biden – o presidente dos EUA teria incentivado o governo da Ucrânia a investigar seu adversário político Joe Biden (democrata);
- informante anônimo – em agosto, 1 agente ainda não identificado do setor de inteligência dos EUA disse haver indícios de que Trump pressionava o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para fazer a investigação contra Biden. A pressão teria ligação com ajuda militar norte-americana ao país europeu;
- o filho de Joe Biden – na realidade, o caso se referia a uma empresa de energia ucraniana, o Grupo Burisma, na qual trabalhou Hunter Biden (filho de Joe Biden) como membro do conselho da companhia. Havia suspeita de alguma irregularidade cometida por Hunter e esse tipo de informação seria útil para Trump usar contra Joe Biden em 2020;
- pressão por verbas – enquanto Trump teve contato com Zelensky, o governo dos EUA estava segurando milhões de dólares em ajuda militar para a Ucrânia, uma verba que já havia sido aprovada pelo Congresso;
- crime possível – o possível desvio de Trump foi pressionar 1 governo estrangeiro a investigar a família de 1 adversário político e ao mesmo tempo ter barganhado com verbas federais para incentivar essa ação.
Poder360