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Câmara aprova PL que visa coibir ações de violência contra professores

O BRASIL LIDERA RANKING DE AGRESSÕES CONTRA PROFESSORES. FOTO: ILUSTRAÇÃO

Para promover a segurança, a prevenção e a proteção aos profissionais da rede municipal de ensino, tendo em vista o aumento da violência física, verbal, moral e psicológica contra integrantes dessa categoria, a Câmara Municipal de Natal aprovou na sessão ordinária dessa terça-feira, 15, em segunda discussão, um projeto de lei apresentado pela vereadora Eleika Bezerra (PSL), subscrito pelo vereador Cícero Martins (PSL), que dispõe sobre medidas de proteção aos trabalhadores da educação na capital potiguar.

A matéria, entre outras atribuições, prevê que as instituições de ensino do Município deverão estimular seus docentes, discentes e demais profissionais que desempenham suas atividades na cidade, bem como familiares e comunidade, a promover palestras, atividades de reflexão e análise de violência contra os professores.

“Dados globais recentes colocam o Brasil como o país mais violento no que tange a violência contra professores ou trabalhadores ligados à educação que desempenham suas atividades laborais dentro das escolas. Infelizmente, essa situação não é diferente em nosso estado e muito menos em nossa cidade. Pesquisas realizadas em 2015 apontam que, na época, pelo menos 135 professores do Rio Grande do Norte disseram que já foram vítimas de atentados contra a vida”, explicou a vereadora Eleika Bezerra.

“Assim, acreditamos que esse projeto é de extrema relevância, motivo pelo qual agradeço o apoio dos meus pares por permitirem que o mesmo pudesse seguir o processo legislativo, para se tornar lei e ajudar a coibir a violência contra professores e profissionais da educação de Natal”, completou.

Brasil lidera ranking de violência contra professores

De acordo com dados de uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre violência em escolas com mais de 100 mil professores, o Brasil lidera o ranking de agressões contra docentes. Dentre os professores ouvidos, 12,5% afirmaram ser vítimas de agressões verbais ou intimidações de alunos.

Em São Paulo, segundo levantamento feito pela GloboNews, o número de agressões a professores cresceu 73% em 2018 em relação ao ano anterior. Já dados divulgados sobre uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Professores de São Paulo apontam que mais da metade dos docentes da rede estadual de ensino afirmam já ter sofrido algum tipo de agressão, sendo a mais comum a agressão verbal (44%), seguida por discriminação (9%), bullying (8%), furto/roubo (6%), e agressão física (5%). 

Uma equipe de pesquisadores do Grupo de Estudos Interdisciplinar sobre Violência (Greivi) da Universidade de São Paulo (USP) elaborou uma cartilha gratuita sobre violência escolar que orienta profissionais a lidar com o problema. O material aponta os principais impactos da violência escolar na saúde:

– Sintomas psicossomáticos como dores de cabeça, tontura, náusea, diarreia, enurese, sudorese, taquicardia, dores musculares, alterações no sono (insônia ou sono excessivo)

– Estresse que pode aumentar a vulnerabilidade a doenças diminuindo a resistência imunológica

– Questões de saúde mental como ansiedade, medo, raiva, irritabilidade, inquietação, cansaço, insegurança, isolamento, impotência, rejeição, tristeza, angústia, baixa autoestima, depressão e pensamentos suicidas, entre outros

– Prejuízo na socialização, aumentando o isolamento social, gerando insegurança que pode afetar a confiança no outro, a capacidade de se expressar em público, de resolver conflitos e tomar decisões.

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