
O controverso documentário Democracia em Vertigem perdeu o Oscar neste domingo. A estatueta foi para Indústria Americana, que concorria ainda com The Cave, Honeyland e For Sama. O filme tem nos créditos coprodução do casal Barack e Michelle Obama. Julia Reichert, diretora do documentário, citou o Brasil em seu discurso de agradecimento. “Vimos entre os indicados histórias de lugares como o Brasil, Síria, Macedônia. Nos sentimos inspirados por vocês. Nosso filme é sobre Ohio e China, mas poderia ser de qualquer lugar, contando a história de pessoas que usam um uniforme, em busca de dar às suas famílias uma vida melhor.”
… brasileira, que culminou naquilo que é pra ser chamado de golpe mesmo, não tem outro nome. Queiram ou não queiram. Petra merece toda a nossa homenagem e todo o nosso carinho. Quero parabeniza-la sobretudo pela coragem, dela e de toda a equipe.
— Fátima Bezerra (@fatimabezerra) February 9, 2020
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Democracia em Vertigem
Nos meses que antecederam o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República, em abril de 2016, o Congresso Nacional viveu o tumulto natural de um impeachment. Em meio à algaravia, deputados e senadores tinham de lidar com uma tensão adicional: a presença de equipes de documentaristas.
Petra ❤️ parte da história do Brasil no tapete vermelho. Você já entrou pra nossa história. Viva o cinema nacional! Viva a mulherada que faz cinema!!!! #DemocraciaEmVertigem #Oscar2020 pic.twitter.com/gyOjNXyDyh
— Manuela (@ManuelaDavila) February 10, 2020
Vários produtores competiam por material para diferentes filmes sobre o processo que mudaria o rumo do país. Mas quem se destacava era uma moça inquieta — e obsessiva: a cineasta mineira Petra Costa. Ela enlouquecia os políticos e até sua equipe com determinações como gravar na íntegra as sessões do impeachment.
Viva o cinema nacional! Parabéns, @petracostal, e todos que fizeram Democracia em Vertigem. Vocês premiaram o cinema e a democracia! #Equipe #Oscar2020 #Oscars #DemocraciaEmVertigem
— Natália Bonavides (@natbonavides) February 10, 2020
Lançado pela Netflix em 190 países em junho passado, Democracia em Vertigem provocou de imediato reações extremadas por aqui. Os apoiadores de Lula e de Dilma sentiram-se de alma lavada: o filme é o lamento de uma mulher que viu os sonhos políticos de sua geração (Petra hoje tem 36 anos) desabar com a derrocada do PT. O enredo corrobora a versão, tão alardeada pelo partido, de que o impeachment “foi golpe”. No lado oposto ficaram aqueles que enxergaram no impeachment a libertação do país da corrupção sistêmica dos doze anos do PT, exposta pela Operação Lava-Jato. Para essa massa de brasileiros, Democracia em Vertigem é um exercício vitimista apoiado numa visão convenientemente ilusória dos fatos.
A direita burra deste país torcendo contra #DemocraciaEmVertigem vibrou com a escolha de Indústria Americana.
— Maria do Rosário (@mariadorosario) February 10, 2020
Bem feito! Levou na cara um “Trabalhadores do mundo, uni-vos”, a chamada direta do Manifesto comunista (1848) de Marx e Engels.
O problema é q os ignorantes nem sabem.. https://t.co/EojOaGB9nk
Veja

