Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quinta-feira, 18, a indicação de um dos seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos, com o argumento de que ele poderá ter um bom relacionamento com o governo americano. O presidente também citou a indicação de um ex-deputado do PT Tilden Santiago para a embaixada de Havana, em Cuba, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o nome do diplomata e político Oswaldo Aranha, com o argumento de que indicações políticas para o comando das representações diplomáticas já foram realizadas antes.
“Você tem que ver o seguinte: é legal? É. Tem algum impedimento? Não tem impedimento. Atende o interesse público, qual o grande papel do embaixador? Não é o bom relacionamento com o chefe de Estado daquele outro país? Atende isso? Atende. É simples o negócio”, disse ao deixar o Palácio da Alvorada em direção ao Palácio do Planalto.
Citando como exemplo, Bolsonaro disse ainda que poderia demitir o chanceler Ernesto Araújo e indicar Eduardo para o comando do Itamaraty. “Eu posso chegar hoje e falar: Ernesto Araújo está fora, o Eduardo Bolsonaro vai ser ministro das Relações Exteriores. Ele vai ter sob seu comando, mais de uma centena de embaixadas no mundo todo”, afirmou.
O presidente afirmou que, dentro do quadro das indicações políticas, vários países fazem o mesmo que ele pretende fazer. “É legal fazer no Brasil também”, disse. Ele comparou o caso com outros dois que, para ele, também foram motivados por questões políticas.
“O Tilden Santiago não foi reeleito em 2002, foi ser embaixador em Cuba, ninguém falou nada. Sei que lá atrás não tinha Itamaraty, Rio Branco, mas quando Oswaldo Aranha acertou lá nos anos 40 com Israel, era uma indicação política. Tivemos várias indicações políticas”, disse.
Santiago foi deputado por três mandatos e concorreu a uma vaga no Senado em 2002, mas ficou em terceiro lugar. Ele foi nomeado ao posto de Havana no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois, chegou a ser suplente na chapa do ex-senador e hoje deputado Aécio Neves (PSDB-MG).
Já Aranha, que foi diplomata e político, na área internacional ficou conhecido por ser um dos defensores da criação do Estado de Israel quando era chefe da delegação brasileira na ONU. Ele também foi presidente da Assembleia Geral da ONU em 1947. Antes, foi embaixador na capital americana.
Com informações: Estadão