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Bolsonaro: Se eu fosse presidente, não teríamos problema com navios iranianos

FOTO: DIVULGAÇÃO

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de autorizar navios iranianos a atracarem no Rio de Janeiro, durante participação no Conservative Political Action Conference (CPAC), maior evento de conservadores do mundo, que acontece em Washington DC, nos Estados Unidos.

A entrada das embarcações Iris Makran e Iris Dena, da frota de guerra iraniana, em território brasileiro desencadeou um mal-estar nas relações diplomáticas com os norte-americanos. “Se eu fosse presidente, não teria problema com navios iranianos”, disse Bolsonaro, já quase no fim do seu discurso, durante o CPAC.

Apesar disso, Bolsonaro reafirmou sua lealdade ao também ex-presidente dos EUA Donald Trump, lembrando que foi o último líder global a reconhecer a vitória do oponente democrata Joe Biden. “Minha relação com Trump foi excepcional”, afirmou. Bolsonaro e Trump devem se encontrar às margens do CPAC.

Em seu discurso, no qual teceu críticas ao atual governo e à esquerda, afirmou que “populismo, comunismo e corrupção” dominaram a política no Brasil. Ele também voltou a defender que a liberdade se sobrepõe à ciência, e que não exigiu que a vacina contra a covid-19 fosse obrigatória em seu governo.

“O Brasil é uma grande nação, muito rica, mas não se desenvolvia. Populismo, comunismo e corrupção é o que sempre dominou a política brasileira”, disse Bolsonaro, em seu discurso.

Ao falar dos feitos de sua gestão, afirmou que sempre defendeu a liberdade e não obrigou ninguém a tomar vacina no Brasil. Suas falas ocorrem após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido vacinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que é médico, com a quinta dose contra a covid-19, nesta semana, durante lançamento de uma campanha nacional de imunização.

Na ocasião, Lula fez um apelo para os brasileiros “não serem irresponsáveis” e se vacinarem, em uma crítica à forma como Bolsonaro lidou com o tema vacina em seu governo.

“Certos assuntos são tratados no Brasil como proibidos. Um deles é a vacina. Dizem é a ciência, ciência, ciência. Eu digo é a liberdade, liberdade, liberdade”, rebateu o ex-presidente, durante o CPAC.

Bolsonaro afirmou ainda que foi o político “mais atacado” pela grande mídia no Brasil, mas que, mesmo assim, nunca tomou medida contra a imprensa. “Imprensa até errando é melhor que calada”, disse.

Durante o CPAC, o ex-presidente voltou a exaltar a pauta do conservadorismo, da família e contra a ideologia de gênero e o aborto. Defendeu ainda o porte de armas, afirmando que “fez o que pode” para avançar com o tema em seu governo. “Povo armado jamais será escravizado. E país armado jamais será subjugado”, disparou.

Bolsonaro também afirmou que “preferiu não ir para o outro lado da esplanada”, sem deixar claro a quem estava criticando. Disse que se tivesse ido, sua vida seria “mais fácil”, mas que preferiu ficar do lado dos seus princípios, dos brasileiros e de Deus.    

Estadão                       

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