A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), acusou neste domingo (16) o presidente Jair Bolsonaro de se esconder por trás de mentiras, ataques e insultos contra o partido para se desvincular do ex-policial Adriano de Nóbrega, apontado como chefe de um grupo de milicianos no Rio, assassinado no último fim de semana na Bahia.
Bolsonaro tem tentado empurrar a morte do ex-PM para o colo do PT, ao cobrar do governador Rui Costa (PT-BA) esclarecimentos sobre o assassinato de Adriano por policiais baianos. “Quem foi responsável pela morte do capitão Adriano foi a PM da Bahia do PT. Precisa dizer mais alguma coisa?”, provocou o presidente. Fotos publicadas pela revista Veja apontam indícios de que o ex-integrante do Bope foi executado.
Em nota, Gleisi diz que Bolsonaro é covarde e volta a mentir ao fazer acusações falsas contra o PT e o governador baiano para desviar a atenção sobre a morte do ex-PM fluminense, caracterizado por ela como “testemunha das ligações da família Bolsonaro com o mundo do crime, das milícias e dos desvios de dinheiro no gabinete do filho Flávio”.
Insinuações covardes
Gleisi afirma que Bolsonaro “ultrapassa os limites do cinismo ao exigir esclarecimentos sobre essa morte e as de Marielle e Anderson, sobre as quais quem deve saber muito são pessoas próximas a ele, e volta a fazer insinuações covardes sobre a morte do prefeito Celso Daniel, 18 anos atrás”.
Nesse sábado, Bolsonaro disse que Adriano era um “herói” da polícia em 2005, quando ele, então deputado federal, discursou em defesa de sua liberdade. Naquele mesmo ano, o então deputado estadual Flávio Bolsonaro o homenageou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) com a medalha mais importante da Casa. Adriano, que estava preso desde 2004 pela morte de um lavador de carro, recebeu a homenagem na cadeia.
Congresso em Foco