O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) interrompeu nesta sexta-feira, 16, uma coletiva de imprensa na sede do 1º Distrito Naval, no Rio de Janeiro, ao ser questionado sobre a saída anunciada pelo governo cubano do programa Mais Médicos. “Como o assunto saiu da área militar, quero agradecer a todos vocês aqui”, disse ele, pondo fim à coletiva, que durou menos de 4 minutos.
Após tomar um café com o comandante da Marinha, o almirante Eduardo Bacellar, Bolsonaro falava sobre a escolha dos comandantes que irão trabalhar nas áreas da Segurança e Defesa do governo, quando foi questionado sobre o anúncio do governo de Cuba de retirada dos 8 mil médicos cubanos do programa de saúde do governo.
O programa Mais Médicos tem 18.240 profissionais – sendo 8.332 cubanos, segundo o governo do país brasileiro. De acordo com Cuba, seus médicos atuam em 4.058 municípios, cobrindo 73% das cidades brasileiras. O Nordeste será a região que mais perderá médicos com a decisão do governo cubano, com 2.817 baixas.
Contratação
O Ministério da Saúde realizará nesta sexta-feira uma reunião com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a definição da saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos e a entrada de profissionais brasileiros a serem selecionados por edital.
Segundo informações do ministério, ainda será finalizada a proposta de edital para a seleção dos profissionais para as 8.332 vagas que serão deixadas pelos médicos cubanos. O governo de Cuba anunciou nesta semana o rompimento unilateral da participação no programa Mais Médicos. O motivo para a decisão foram as declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro com críticas ao programa.
De acordo com o Ministério da Saúde, no início da próxima semana, será dada entrevista à imprensa para esclarecer os detalhes sobre o edital de seleção e chamada para inscrições. A seleção de profissionais brasileiros em primeira chamada do edital será realizada ainda no mês de novembro, de acordo com a Pasta, e o comparecimento aos municípios, imediatamente após a seleção.