O presidente Jair Bolsonaro já se notabilizou por utilizar o Twitter como principal plataforma de comunicação com a imprensa e a população, seguindo os passos de Donald Trumpnos Estados Unidos. Além de posicionamentos políticos e anúncios de medidas para o País, Bolsonaro também tem aproveitado o espaço na rede para atacar a mídia tradicional e o Partido dos Trabalhadores(PT), que saiu derrotado nas últimas eleições.
Em uma semana, 32% das publicações do presidente foram dedicadas a críticas à imprensa e à sigla de oposição ao seu governo. No total, foram 22 ações nesse sentido entre as 68 divulgadas em sua conta oficial no Twitter nos primeiros sete dias no cargo mais alto da República.
A maior parte das postagens foi destinada à imprensa – 17, contra 5 ao PT. Um dos alvos foi o jornal ‘Folha de S. Paulo’. Desde o período eleitoral, Bolsonaro já fazia declarações de ataque ao jornal, que havia produzido reportagens negativas ao então candidato do PSL. Uma das matérias de maior repercussão foi a que levantava dúvidas sobre as contas de campanha de Bolsonaro, que teria recebido contribuição irregular de empresas para disparos de mensagens por meio do aplicativo WhatsApp. Segundo a apuração do jornal, a prática teria configurado doação ilegal de campanha.
Antes de ser eleito, Bolsonaro chegou a afirmar que a “Folha de S. Paulo é a maior Fake News do Brasil”, ameaçando cortar a verba publicitária do governo. Um dia após a eleição, em entrevista ao “Jornal Nacional”, da TV Globo, o presidente declarou que “por si só, esse jornal se acabou”.
Em uma das publicações contra o PT, o presidente protagonizou uma discussão com Fernando Haddad, seu adversário no 2º turno no pleito em 2018. Bolsonaro chamou Haddad de “marmita” e de “fantoche do presidiário corrupto”, em uma referência ao ex-presidente Lula. Na sequência, o presidente aproveitou para atacar o partido: “o PT quebrou o Brasil de tanto roubar, deixou a violência tomar proporções de guerra, é uma verdadeira quadrilha e ninguém aguenta mais isso”.
Na última postagem do sétimo dia de governo, o presidente afirmou que uma “imprensa livre e isenta é fundamental” para a democracia. Na publicação, Bolsonaro divulgou um trecho do discurso de posse dos presidentes da Caixa, do Banco do Brasil e do BNDES, em que também alfineta a mídia.
Além de seguir o caminho trilhado por Trump nos EUA, Bolsonarotambém tem trocado mensagens com o presidente norte-americano no Twitter. No início do ano, ele agradeceu o apoio que Trump manifestou ao seu governo na rede. Mais recentemente, após uma postagem em que critica supostas “mentiras” da mídia brasileira, Bolsonaro retuitou uma publicação de 2018 do republicano de ataque à mídia americana em que Trump chama a imprensa de “Fake News mídia” e de “inimiga do povo”.
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