Dias após a Consultoria do Senado interpretar como nepotismo a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada do Brasil nos EUA, Jair Bolsonaro admitiu a possibilidade de recuar do movimento se perceber que não há votos suficientes. Sem traquejo na comunicação, ele agora afirma que os pareceres dos técnicos têm “viés político” e são elaborados “de acordo com o interesse do parlamentar”.
“As consultorias, elas agem de acordo com o interesse do parlamentar. É igual na redação, que vocês aprenderam. ‘Faça uma matéria sobre Jesus Cristo’. Você pergunta: ‘Contra ou a favor?’. Assim que vocês aprenderam na universidade. Aqui é a mesma coisa. Então, tem um viés político nessa questão. O que vale para mim é uma súmula do Supremo dizendo que nesse caso não é nepotismo”, disse na saída do Palácio do Alvorada.
“Não pode ter viés ideológico nessa questão. E o embaixador é um cartão de visita. É a mesma coisa comigo. Para ser presidente, tenho que entender de saúde, educação e economia? É impossível”, complementou.
Quando questionado sobre a possibilidade de desistir da indicação do filho para o mais cobiçado posto da diplomacia brasileira, o presidente disse que “tudo é possível” na política e que não deseja submetê-lo a um fracasso.
“Você, por exemplo, está noivo. A noiva é virgem. Vai que você descobre que ela está grávida. Você desiste do casamento? Na política, tudo é possível. Eu não quero submeter o meu filho a um fracasso. Acho que ele tem competência. Tudo pode acontecer”, afirmou.
Brasil247