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BC vê avanços na aprovação do ajuste fiscal

 REUNIÃO DO COPOM COM PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, ILAN GOLDFAJN. (FOTO: ANDRÉ COELHO)

REUNIÃO DO COPOM COM PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, ILAN GOLDFAJN. (FOTO: ANDRÉ COELHO)

O Banco Central (BC) informou na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) — que na semana passada reduziu em 0,25 ponto percentual para 14% ao ano os juros básicos da economia (Selic), pela primeira vez em quatro anos — que o início de um novo ciclo se deve aos esforços do governo para aprovar as medidas de ajuste fiscal e ao recuo da inflação.
O Banco Central identificou sinais de “pausa recente” na desaceleração da inflação de serviços. O texto indica “uma pausa recente no processo de desinflação dos componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”. A inflação de serviços em um período de doze meses, que passava dos 8% ao longo de 2015, se mantém em 2016 na faixa dos 7%. Segundo a ata, movimento da inflação de serviços “pode sinalizar convergência mais lenta da inflação à meta”.

A ata sugere cautela da política monetária ao afirmar que, “nesse contexto, uma maior persistência inflacionária requer persistência maior da política monetária”.

“Todos os membros do Comitê reconheceram os avanços e os esforços para aprovação e implementação dos ajustes na economia, notadamente no que diz respeito a reformas fiscais. Os membros do Comitê enfatizaram que esses esforços são fundamentais para a estabilização e o e o desenvolvimento da economia brasileira”, diz a ata do Copom.

 Mas o Banco Central deixou claro que a velocidade e a intensidade da queda da Selic dependem de uma série de fatores que permitam o alcance das metas de inflação, tendo como foco os anos-calendário de 2017 e 2018. O BC destaca, entre outros, o ritmo de aprovação e a implementação de ajustes e a consolidação de uma trajetória de desinflação do IPCA.

“O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta para 2017 e 2018 é compatível com uma flexibilização moderada e gradual das condições monetárias. O Comitê avaliará o ritmo e a magnitude da flexibilização monetária ao longo do tempo, de modo a garantir a convergência da inflação para a meta de 4,5%”, diz um trecho da ata, que deixa claro que, para o Banco Central não há, pelo menos por enquanto, clareza sobre como o Copom vai se comportar na próxima reunião.

O BC ressalta que vai acompanhar “atentamente esses esforços” porque as medidas terão reflexo no processo de desinflação.

“Há consenso no Comitê que a velocidade no processo de apreciação das propostas de ajustes tem excedido as expectativas. Entretanto, a natureza longa e incerta do processo sugere que há, ao mesmo tempo, risco e oportunidade.”

Na ata, o BC reafirma o compromisso de conduzir a política monetária visando atingir meta para a inflação no horizonte relevante, que abrange os anos-calendário de 2017 e 2018, de 4,5%.Na avaliação do BC, a queda nos preços dos alimentos contribuiu para um recuo das expectativas do mercado para a inflação deste ano para a casa dos 7% e 5%, em 2017. Uma pressão que ainda persiste é o período prolongado em o índice de preços permaneceu elevado — o que pode dificultar a convergência para o centro da meta.

A ata do Copom destaca, por outro lado, que a crise no mercado de trabalho e a desaceleração significativa da atividade econômica podem acelerar o processo de desinflação.

PREÇOS ADMINISTRADOS

O BC sugere que as projeções oficiais para os preços administrados devem recuar, lembrando a alteração na política de preços dos combustíveis, como a queda no valor da gasolina e do diesel, anunciada recentemente pela Petrobras. Os índices estão estimado em 6,2% em 2016, 5,8% em 2017 e 5,1% em 2018. A ata do Copom cita ainda o adiamento de reajustes de preços de transporte urbano em algumas cidades. Em contrapartida, a autoridade monetária destaca a possibilidade de de reajustes acima do esperado nos preços da energia elétrica ao longo de 2017, em decorrência, entre outros fatores, de mudança de bandeira tarifária.

CENÁRIO INTERNACIONAL

A ata aponta que a conjuntura internacional sugere a continuidade de um ambiente benigno para as economias emergentes, embora permaneçam incertezas sobre a política monetária nos Estados Unidos. Diante disso, a avaliação dos membros do Comitê é que é preciso monitorar o ritmo de normalização dessa política e seus efeitos na economia brasileira.

O Globo

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