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BASTIDORES DA CRISE: depois de demitir 63 funcionários, FIERN deve extinguir superintendências e transformar superintendentes em “coordenadores”

FUNCIONÁRIOS QUE ESCAPAREM DA GUILHOTINA DA FIERN DEVEM TER CARGA HORÁRIA REDUZIDA PELA METADE

Além das demissões noticiadas pela imprensa na manhã desta quarta-feira, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) pretende continuar enxugando suas despesas mensais. Para isso, está no plano da direção da instituição extinguir as suas três superintendências: Corporativa de Desenvolvimento Institucional e Com o Mercado, a Corporativa do sistema FIERN, além da Jurídica, cargos que são atualmente ocupados pelos executivos Helder Maranhão, Glaúcio Ferreira Wanderley e o advogado Davis Costa.

Segundo informações que circulam nos bastidores da instituição, a ideia do presidente da FIERN, empresário Amaro Sales, seria terceirizar a área jurídica da Federação.

Com o estabelecimento da crise econômica, a FIERN, embora ainda tenha no seu corpo funcional apadrinhados políticos, já não é mais o “paraíso” dos “medalhões desocupados”, que percebiam altos salários sem nada ou quase nada produzir. Era uma elite que fazia parte do rol das “indicações políticas”.

A atual “leva” de demissões da FIERN (essa é a terceira nos últimos cinco anos mais ou menos) foi precedida por um Programa de Demissão Voluntaria (PDV), realizado na primeira quinzena de julho.

No entanto, como a adesão ao PDV é baixa, e a necessidade de redução é maior, logo após a execução do Programa, a instituição aciona a guilhotina das demissões. Até o momento, a FIERN confirma, pelo menos, 63 demissões, em diferentes setores para realização de adequação financeira da instituição, já que somente 21 funcionários optaram pelo Programa de Demissão Voluntária lançado neste mês.

Com a reformulação na estrutura e a extinção de todas as superintendências corporativas da FIERN, acredita-se que ficará existindo apenas uma diretoria. Na casa também se cogita que os atuais superintendentes, que não devem ser demitidos, vão ser alojados em espécies de “Coordenadorias”, que podem ser criadas em lugar das Superintendências. De cara, os superintendentes que seriam rebaixados para “coordenadores”, perderiam uma substancial gratificação.

Segundo fontes de alto coturno ligadas a FIERN,  os funcionários que escaparem da guilhotina de Amaro Sales devem ter carga horária reduzida pela metade, e a consequente redução do salário.

Na verdade, há anos que o orçamento do Sistema Indústria é reduzido, com a atividade industrial perdendo participação no PIB e, no Rio Grande do Norte, ainda pior, com a diminuição da atividade petrolífera.

Executivos da FIERN acreditam que a crise no governo estadual, com atrasos de salários e fornecedores, provoca efeito em cadeia.

Além disso, o fim da contribuição patronal obrigatória também contribui para redução de receitas, já que parte do recurso amealhado vai para as federações.

A contribuição compulsória, sobre a folha de salário das indústrias, que sustenta Sesi e Senai, também caiu muito com a recessão. As indústrias cada vez menos utilizam os serviços pagos do sistema.

O Sesi, por exemplo, praticamente extinguiu todos os serviços médicos odontológicos que eram acessíveis à comunidade. Hoje atua principalmente prestando serviços obrigatórios admissionais, saúde e segurança no trabalho.

 O Senai, por sua vez, enfrenta dificuldades até para “vender” os  cursos pagos que realiza.

De qualquer maneira, as demissões atingiram todas as casas ligadas ao Sistema Indústria.  No prédio da FIERN tem a estrutura corporativa, que dá suporte às quatro casas (Sesi, Senai, IEL e Fiern) nas áreas financeira, contábil, RH, Jurídica, mercado, além de uns poucos serviços dirigidos aos empresários industriais.

Essa área corporativa tem pesado nas casas, e é considerada muito inchada e cara. Embora tenha ocorrido  encolhimento nos serviços na ponta, na área Corporativa não foi reduzida na mesma proporção. A FIERN hoje também paga o preço de ser um sistema extremamente burocrático, que cria um exército de gente na atividade meio.

A FIERN vive hoje o ônus de ter se transformado ao longo dos anos em um “elefante polpudo”, que agora se volta contra o próprio sistema que sempre o alimentou.

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