A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou nesta 2ª feira (4.jan.2021) que as instituições financeiras estimam crescimento de 7% do crédito em 2021. As projeções foram divulgadas depois de pesquisa realizada com 16 bancos de 17 a 21 de dezembro.
O estudo foi feito com a intenção de reunir as percepções das empresas do setor em relação à última ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada em 15 de dezembro de 2020. A pesquisa é realizada de 45 em 45 dias, logo depois da divulgação da ata da última reunião do colegiado.
De acordo com o relatório, 57,1% dos participantes esperam que o Copom retire o “forward guidance” na reunião de março. O termo significa prescrição futura, em inglês, de que o comitê se compromete de não elevar o juros. Foi adotado desde a reunião de agosto de 2020 pelos diretores do BC (Banco Central). Na reunião de dezembro, o colegiado sinalizou que poderá retirar o termo em breve. Não necessariamente haveria alta da taxa básica, a Selic.
A maioria dos bancos entrevistados (86,7%) disse que o cenário internacional deve seguir apresentando melhora, beneficiando a moeda brasileira. Para 60%, no entanto, a dificuldade com o quadro fiscal deve inibir novas rodadas de valorização do Real.
O dólar fechou o último ano aos R$ 5,19, alta de 29% em 2020. Para 26,7% dos bancos ouvidos, a moeda norte-americana deve terminar 2021 abaixo de R$ 5.
Para 93,3% dos entrevistados, a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), não deve ser um problema para 2021. A maioria (53,3%) projeta que ficará abaixo do centro da meta, que é de 3,75%. Outros 40% avaliam que ficará próximo desse percentual.
Em relação ao desempenho do PIB em 2021, são 46,7% os que projetam crescimento de 3,0% a 3,5% no ano. Os demais estão divididos entre os extremos, abaixo de 3% (para 6,7% dos entrevistados) ou superior a 3,5% (para 20% dos entrevistados).
Para 46,7% dos entrevistados deve haver alguma extensão dos auxílios para 2021, o que deve ampliar os gastos públicos. Haverá, porém, avanço na agenda de reformas que sinalize sustentabilidade da dívida pública no médio e longo prazo.
Poder360