Os diretores do BC (Banco Central) voltam a se reunir nesta quarta-feira, 11, para decidir o patamar da taxa básica de juros da economia brasileira pelo menos até o início de 2020.
As expectativas do mercado financeiro apontam para a quarta queda consecutiva de 0,5 ponto percentual da Selic, para 4,5% ao ano. Caso o corte seja confirmado pelo Copom (Comitê de Política Monetária), a taxa de juros renovará o menor nível da história ao ser anunciada ao final da tarde, após ser analisado o ambiente econômico atual e os impactos futuros da decisão a ser tomada.
No último encontro do grupo, quando a taxa básica de juros foi reduzida para 5% ao ano, o Copom afirmou que os indicadores de atividade econômica “reforçam a continuidade do processo de recuperação da economia brasileira”.
No documento a respeito do veredito, o grupo formado pelos diretores do BC destaca que a trajetória de queda da taxa de juros “encerra 2019 em 4,5% ao ano, permanece nesse patamar ao longo de 2020 e se eleva até 6,38% ao ano em 2021”.
O grupo de economistas ouvidos semanalmente pelo BC também aposta na manutenção da Selic em 4,5% ao ano ao longo de 2020. Para 2021, a taxa de elevaria 6,25% e terminaria 2022 em 6,5% ao ano.
Ontem, o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos, e os oito diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro. Nesta quarta-feira, o comitê projeta as possibilidades futuras e define a nova Selic.
Juros básicos
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
R7