Ao enviar para a Assembleia Legislativa o projeto de Lei que concede aumento salarial aos procuradores do Estado – categoria da qual faz parte o vice-governador Antenor Roberto, que será naturalmente beneficiado com a iniciativa governamental, a governadora Fátima Bezerra (PT) armou uma bomba relógio preste a explodir sobre o seu próprio colo. O projeto enviado por Fátima Bezerra, por mais revestido que esteja sob o manto da legalidade, está sendo encarado como um “tapa na cara” do funcionalismo do Poder Executivo, que está há quatro anos isento de reajuste salarial, sem falar na condição de extrema penúria das finanças estaduais. Haverá reação em cadeia – aliás, a reação já começou através dos policiais e bombeiros militares.

EM GRAVAÇÃO DE ÁUDIO, ELIABE MARQUES DIZ QUE “A GOVERNADORA ESTÁ DANDO UM TAPA NA CARA DOS SERVIDORES DO EXECUTIVO”
Já vazou para as redes sociais um áudio de uma conversa informal que o Subtenente Eliabe Marques, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN, manteve com um colega. Na gravação, Eliabe disse que “a governadora está dando um tapa na cara dos servidores do Executivo” e considerou “uma imoralidade” o aumento que deverá ser concedido ao que chamou de “poderes independentes” (Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, Procuradores do Ministério Público junto ao Tribunal e Defensores Públicos do Estado).
Aprovada a proposta de aumento que Fátima Bezerra enviou para a Assembleia Legislativa, o salário dos procuradores estaduais de primeira classe passa de R$ 29,65 mil para R$ 35.462,22 mensalmente. Já os procuradores de segunda classe, que tinham salário de R$ 28,17 mil passarão a receber R$ 33.389,11 e os de terceira classe, sairão de R$ 26,76 mil para R$ 32.004,66.
Eliabe Marques no áudio garante que os policiais e bombeiros militares, uma vez efetivada a concessão de aumento dos procuradores do Estado, vão “pra cima” (da governadora) para exigir benefício semelhante. “Fazem mais de cinco anos que a categoria não tem sequer reposição inflacionária”, disse.
Na Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN já há um consenso de que, se este aumento for um fato verídico, é algo inoportuno, visto que os servidores do Estado estão há mais de quatro anos recebendo o salário com atraso. Há um sentimento entre os servidores de revolta.
Formalmente, o assunto será discutido nesta segunda-feira (29) entre os dirigentes das associações e sindicatos.

