Com o fim da greve dos docentes, definido na última quinta-feira (20), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte começou a retomar de forma gradual, desde a segunda-feira (24), as aulas que estavam suspensas. A instituição ainda não definiu a atualização do calendário acadêmico, que só deve acontecer nos próximos dias, com o envio das propostas de revisão ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). Os servidores técnico-administrativos seguem em greve, buscando negociação com o governo.
Para os alunos, o retorno das aulas é visto com apreensão, devido ao lançamento do novo calendário acadêmico. É o caso dos estudante Douglas Barbosa, que retornou às aulas na última segunda-feira (24), mas ainda não sabe a programação do semestre. “Nós retornamos na segunda e já havia prova agendada para quinta-feira, pois nossos professores não concluíram a primeira unidade antes da greve. Por sorte, como o retorno total das aulas deve ocorrer até dia 3, a prova foi adiada, senão seria mais um prejuízo, dentre tantos que os alunos têm tido com esse retorno confuso”, explica Douglas.
O estudante José Victor é outro que acredita que os alunos serão penalizados e diz que é baixa a probabilidade de adiamento completo do calendário. “Até mesmo os alunos que tiveram aulas durante a greve estão sendo prejudicados, pois alguns professores não estão abonando as aulas conforme deveriam e os alunos, mesmo com notas, correm o risco de serem reprovados por faltas”, relata.
A greve começou em 22 de abril, enquanto no Instituto Federal do Rio Grande do Norte iniciou em 3 de abril. O fim da paralisação dos servidores da UFRN foi anunciada na sexta-feira (21) após a ADURN-Sindicato comunicar a aceitação, pela PROIFES-Federação, do termo de acordo proposto pelo Governo Federal. O termo garante aos professores um reajuste linear de 9% em 2025 e de 3,5% em 2026, com um aumento previsto entre 23% e 43% no acumulado de quatro anos, além da reestruturação das carreiras do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), e o reajuste dos valores dos auxílios alimentação, creche e saúde.
Do plebiscito de aceitação da ADURN-Sindicato, encerrado na quinta-feira (20), participaram 1.760 docentes, dos quais 61,48% votaram pelo retorno às atividades, 36,59% pela continuidade do movimento grevista, enquanto 1,93% se abstiveram. O Governo Federal, por meio do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), já divulgou que serão destinados R$ 5,5 bilhões para a consolidação e expansão das universidades e hospitais universitários federais.
Ufersa
Quanto à greve na Universidade Federal Rural do semiárido (Ufersa), a Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural do Semiárido (Adufersa) informou que está nos trâmites para a convocação da próxima assembleia, que deve ocorrer até o dia 3 de julho, prazo para adesão à saída unificada da paralisação, indicada pelo Comando Nacional de Greve.
Segundo o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), a Plenária da entidade deliberou que a adesão está condicionada à assinatura do acordo. Até esta terça-feira (25), a entidade ainda não havia recebido a minuta do Governo. Entretanto, o Sinasefe prevê que o documento será assinado ainda esta semana.
Tribuna do Norte