Uma audiência pública debateu nesta manhã (31), na Câmara Municipal de Natal, a violência e assassinatos contra as mulheres e a luta contra o machismo. Através de uma proposição da vereadora Amanda Gurgel (PSTU), vereadores e representantes de órgãos e entidades que defendem os direitos das mulheres, debateram sobre medidas protetivas para o público feminino.
A vereadora fez uma análise dos casos mais recentes de feminicídios e agressões contra as mulheres em Natal e no estado, defendendo que o combate comece desde cedo, nas escolas. “É necessário que o machismo seja tipificado como crime. Precisamos atuar no combate a essa cultura do machismo e do estupro e esse combate começa cedo, com as crianças, ensinando que mulher não é objeto, que mulher tem direitos, tem liberdade de ser e fazer o que for da sua vontade e que homem não é dono de mulher”, destacou Amanda Gurgel.
Para a professora Eliana Nunes, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apoesp), a escola não pode ficar neutra diante dos fatos. “Tem que discutir que a cada dia matam-se mulheres. Tem que ensinar a dialogar. A aceitar e a empoderar a mulher. Tem que trabalhar contra o preconceito e a discriminação. Mas o Estado também precisa atuar não apenas com força policial. Tem que haver políticas públicas, ruas iluminadas, equipamentos públicos que funcionem, saúde, educação e profissionalização”, destaca.
A secretária adjunta da Secretaria Municipal da Mulher, Vera Raposo, disse que as políticas públicas na capital estão em funcionamento e que o número de mulheres atendidas na casa abrigo já é quase a mesma quantidade que no ano passado. “São 62 mulheres de Natal e Parnamirim acolhidas com seus filhos por estarem em risco de morte. Em 2015 nós acolhemos 68. Isso mostra que as mulheres estão procurando mais por ajuda e que estamos preparados para acolhê-las, mas também necessitamos que o estado e os outros municípios também façam sua parte, ou nossa estrutura será insuficiente”, disse.