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Ativismo pelo fim da violência contra mulher terá 16 dias de programação

No próximo dia 22 os homens moradores do loteamento Parque das Dunas, na zona norte de Natal, se reúnem para discutir um assunto sobre o qual não estão habituados a conversar: violência contra a mulher. A conversa será encaminhada pela equipe da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (Semul) e faz parte da programação da campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”.

A campanha acontece em nível nacional a partir do próximo dia 20 (Dia da Consciência Negra) e segue até o dia 10 de dezembro (Dia Universal dos Direitos Humanos). Em nível internacional, a ação começa no dia 25 de novembro – Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres. Em Natal a Semul conta com o apoio de outras secretarias municipais e entidades parceiras.

A ideia de reunir os homens para conversar sobre um tema ainda considerado tabu para eles, foi uma forma que a Semul encontrou para atingir diretamente o público ao qual o assunto violência contra a mulher diz respeito diretamente: são os companheiros, ex-companheiros, namorados e maridos os autores das agressões sofridas pelas mulheres, sejam psicológicas, morais, patrimoniais e físicas.

“Nosso objetivo é trazer o assunto à tona e discutir com eles os comportamentos tipicamente machistas que acabam resultando na relação de poder do homem sobre a mulher, o que reflete, em muitos casos, na agressão à companheira ou ex-companheira”, esclarece Aparecida França, secretária da Semul.

Esta é uma das ações previstas na programação coordenada pela Semul para marcar o período da campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”. Também será realizada mostra de cinema com curtas que abordam o tema violência contra a mulher, seguida de debate sobre o tema, na comunidade do Bom Pastor e no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Nordelândia.
A exibição de um filme será igualmente a estratégia utilizada na Maternidade Leide Morais e no CRAS Pajuçara para discutir sobre violência obstétrica com a comunidade. O “Cine Leide” é realizado em parceria com a Associação Potiguar de Doulas.

Durante a programação dos “16 dias de ativismo” a Semul dará continuidade à parceria com a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) para a sensibilização sobre violência doméstica nas turmas dos cursos profissionalizantes. A ideia é transformar os beneficiados pelos cursos em multiplicadores para o enfrentamento à violência doméstica.

E se a Semul atua na periferia da capital, onde são altos os índices de agressões à mulher, também volta os olhos para a classe média. Para tanto, fará palestra, no dia 29 deste mês, para os servidores e servidoras da UFRN sobre violência doméstica, resultado de uma parceria com o DAS (Departamento de Atenção aos Servidores da UFRN).

“Entendemos que a violência contra a mulher acontece nas mais diferentes esferas da sociedade, já que é resultado da cultura machista em que vivemos. Por isso, precisamos chegar às mais diferentes esferas da sociedade, levando informação para orientar homens e mulheres a identificar e combater a violência doméstica e promovermos uma cultura de paz”, aponta Aparecida França.

Sobre os 16 Dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher

A campanha foi criada em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (Center for Women’s Global Leadership – CWGL), resolveram criar o evento com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. Atualmente, cerca de 150 países desenvolvem esta Campanha.

Datas

20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra
O Dia Nacional da Consciência Negra remete à inserção do negro na sociedade brasileira e sua luta contra a escravidão. Instituído em 1978, a data é uma homenagem ao dia do assassinato de Zumbi dos Palmares, em 1695, ícone da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade.

25 de novembro – Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres
Este dia foi escolhido para lembrar o violento assassinato das irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa) no dia 25 de novembro de 1960, pelo ditador Rafael Trujilo, na República Dominicana. Em 1999, as Nações Unidas reconheceram oficialmente o 25 de novembro como o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres.

1º de dezembro – Dia Mundial de Combate à AIDS
O Dia Mundial de Combate à AIDS marca o começo de uma campanha anual, com o objetivo de encorajar e dar apoio público ao desenvolvimento de programas para prevenir o contágio e a disseminação da infecção do HIV. A primeira campanha foi lançada em 1988, depois da Reunião Mundial dos Ministros de Saúde, que chamou a atenção para um espírito de tolerância social e para uma maior troca de informação sobre HIV/AIDS. No mundo inteiro, tem crescido o número de mulheres contaminadas pelo vírus, inclusive como consequência de violência sexual.

6 de dezembro – Dia Nacional da Mobilização de Homens pelo fim da violência contra a mulher – Laço Branco – Massacre de Mulheres de Montreal (Canadá)

Símbolo da injustiça contra as mulheres, o massacre de quatorze estudantes da Escola Politécnica de Montreal, Canadá, dia 6 de dezembro de 1989, gerou debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social no mundo. Este fato inspirou a criação da Campanha do Laço Branco, mobilização mundial de homens pelo fim da violência contra as mulheres.

10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos
No dia 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal de Direitos Humanos foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em resposta à violência da Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, os artigos da declaração fundamentaram inúmeros tratados e dispositivos legais voltados à proteção dos direitos fundamentais.

Prefeitura do Natal

 

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