Um anúncio de 60 segundos no horário do ‘Jornal Nacional’ custa cerca de R$ 1,8 milhão. Na quinta-feira (25), o telejornal teve um intervalo extra, justamente de 1 minuto, para um anúncio de Black Friday do Magalu.
Na volta ao estúdio, a âncora Renata Vasconcellos chamou uma matéria sobre o quê? A temporada de Black Friday, obviamente. Uma abordagem positiva ao longo de 4 minutos.
A ética jornalística não permite, na teoria, privilegiar editorialmente um anunciante. Na prática, isso acontece em jornais, revistas, rádios, TVs e portais de notícias em nome da sobrevivência do negócio.
Na matéria, a repórter Elaine Bast ouviu consumidores entusiasmados e representantes de dois grandes varejistas que também anunciam na Globo, Casas Bahia e Amazon Brasil.
Logo após, novo intervalo, e lá estava o ex-BBB Gil do Vigor promovendo a Black Friday das Casas Bahia. Na sequência, outros comerciais do gênero. Um deles da Shoptime, com Adriane Galisteu, estrela da concorrente Record TV.
A semana com supostos descontos incríveis faz bem ao faturamento da televisão em geral e, especialmente, para o ‘Jornal Nacional’. Recentemente, o departamento comercial da Globo criou novas opções para marcas anunciarem nos intervalos do telejornal líder em audiência.
É possível, por exemplo, comprar a visibilidade na vinheta de oferecimento por curto período. A plataforma de vídeos TikTok fez isso entre junho e julho, com boa repercussão na imprensa e nas redes sociais.
Produzir jornalismo de qualidade custa muito caro. A busca de mais faturamento na faixa do ‘Jornal Nacional’ é compreensível. Afinal, a sobrevivência do negócio precisa ser garantida.
Terra