SELO BLOG FM (4)

“ASSALTO”: Turistas criticam valor do aluguel de barracas e comparam Ponta Negra a João Pessoa

FOTO: JOSÉ ALDENIR

A Praia de Ponta Negra, um dos cartões-postais mais famosos de Natal, tem enfrentado críticas crescentes de turistas e moradores. Entre os principais motivos estão os altos preços cobrados pelo aluguel de barracas, a falta de reversão desse valor em consumação em algumas áreas, e os impactos negativos da engorda da faixa de areia, que alteraram a experiência de banho no local.

Os valores cobrados pelas barracas variam de R$ 20 a R$ 30, dependendo do local. Antônio Bandeiras, 29 anos, garçom no Ponto do Vavá L3, explica que “aderindo ao petisco, não precisa pagar o valor da barraca. Mas, se não quiser comer, o aluguel é R$ 30. Isso inclui a mesa, três cadeiras, guarda-sol e espreguiçadeira”.

No entanto, turistas têm relatado que nem sempre os preços incluem consumação. Ana Paula, 26 anos, psicóloga de Rondonópolis (MT), destacou a diferença de preços entre barracas: “Aqui pagamos R$ 25 e consumimos à parte. Em outras barracas, queriam cobrar R$ 50 sem reverter em consumação”.

Priscila Oliveira, empresária natalense de 41 anos, comparou Ponta Negra à Praia de Tambaú, em João Pessoa: “Lá você não paga pela mesa, e uma cerveja de um litro custa R$ 10. Aqui é R$ 12, e ainda cobram R$ 25 para sentar na mesa. É um absurdo!”.

A obra de engorda da praia, realizada para ampliar a faixa de areia, também gera insatisfações. Para muitos, o banho de mar se tornou perigoso devido ao aumento de pedras e à força das ondas. Ana Paula relatou que, mesmo na beira, a profundidade é preocupante: “Eu não sei nadar, e a água já está muito funda. Ficou bravo mesmo”.

Antônio Bandeiras, que trabalha diretamente na praia, percebeu uma queda no número de turistas após a engorda: “Muito consideravelmente desde o ano passado. A queda foi maior depois da obra”. Ele também apontou que o banho ficou “péssimo” e que a nova configuração da praia desestimula os visitantes a passar o dia inteiro no local.

Enquanto alguns turistas expressaram insatisfação, outros ainda apreciaram aspectos da praia. Claudemir Fazio, de Americana (SP), elogiou o passeio de jangada: “Vimos golfinhos e o pessoal foi super educado. Tá aprovado”. Ele, no entanto, notou os transtornos causados pelas obras na região, mas ponderou: “Que seja para o bem, tá bacana”.

Já Priscila Oliveira lamentou que a estrutura atual não favorece banhistas com crianças: “Uma mãe não vai deixar o filho tomar banho lá longe, é perigoso. Apesar de a engorda ter deixado o espaço mais amplo, o banho ficou mais difícil”.

Priscila reforçou a comparação com João Pessoa, destacando que a orla paraibana oferece melhor custo-benefício. “A Paraíba é melhor do que aqui, tanto nos preços quanto na estrutura da orla. Natal precisa melhorar muito para competir”.

A insatisfação com os preços e as condições de banho em Ponta Negra refletem um desafio para o turismo local. Com a queda no número de visitantes, moradores e trabalhadores da praia esperam por mudanças que possam tornar o destino mais acessível e atrativo.

Entre as sugestões apontadas, uma redução nos valores cobrados pelas barracas e melhorias no acesso ao mar foram destacadas como prioridades para garantir que Ponta Negra continue sendo uma referência turística no Nordeste.

Com informações do Agora RN

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui