Por Valério Andrade *
Se o debate eleitoral da televisão fosse um filme ou uma novela, Natália Bonavides teria ganho o Oscar de melhor atriz. E Paulinho Freire teria ficado com o Oscar de melhor coadjuvante.
Como se esperava, até por ser o seu último trunfo, numa luta que está perdendo por pontos, Natália subiu no ringue para vencer a luta por nocaute.
Usou todos os truques dos candidatos do PT. Bateu firme, durante todos os assaltos, inclusive com socos baixo da cintura, mas o adversário não balançou nem caiu.
Mostrou que, se não é carismático, também não é amador, nem medroso.
Houve até uma afronta pessoal. Nas vezes em que Paulinho estava falando no centro do palco, Natália , ficava ao lado dele, com aquele provocante olhar do deboche.
Um recurso pessoalmente deselegante para quem vendeu no horário eleitoral a imagem de uma Branca de Neve que distribuía sorrisos, abraços e beijos com os eleitores.
E de ser a candidata da alegria.
Se alguém mudou no debate não foi Paulinho Freire, foi Natália, que, ao tirar a máscara do sorriso da simpatia eleitoral, apareceu com a raivosa cara da Rainha do desenho de Walt Disney.
Previsão: quem ia votar em Natália vai votar na candidata de Fátima – o que não será suficiente para tirar o favoritismo do candidato de Álvaro Dias.
É improvável o que aconteceu com Carlos Eduardo aconteça também com Paulinho Freire.
* VALÉRIO ANDRADE é jornalista, crítico de cinema e criador do Festival de Cinema de Natal