O presidente Michel Temer conseguiu um recorde na série história da pesquisa do instituto Datafolha. Conforme dados publicados neste sábado 24 pelo jornal Folha de S.Paulo, o peemedebista tem apenas 7% de aprovação, índice mais baixo desde setembro de 1989, quando seu correligionário José Sarney, em meio à crise da hiperinflação, teve 5% de aprovação.
O levantamento mostra os efeitos da delação da JBS sobre Temer. De acordo com Joesley Batista, do grupo J&F, controlador da companhia, e Ricardo Saud, ex-executivo da empresa, Temer pediu propina à JBS e manobrou para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lucio Funaro.
Em abril, antes da delação da JBS, 9% dos eleitores avaliavam a gestão Temer como boa ou ótima, enquanto 28% a consideravam regular e 61%, ruim ou péssima. Agora esses índices foram para 7%, 23% e 69%.
A situação de Temer é pior que a de Dilma Rousseff (PT) às vésperas do impeachment. Em abril de 2016, a petista tinha 13% de aprovação contra 63% de reprovação. Em agosto de 2015, a reprovação de Dilma foi a 71%.
No caso de Temer, o grupo social que o melhor avalia é o dos mais ricos, aqueles cuja renda média familiar supera dez salários mínimos. Neste grupo, Temer tem 15% de avaliação boa ou ótima por 15%, 30% de avaliação regular e 55% de ruim ou péssima.
Entre os que ganham menos de dois salários, 71% avaliam Temer de forma negativa. É um patamar de reprovação semelhante ao encontrado entre as mulheres (71%) e entre os eleitores de 25 a 34 anos (73%). No Nordeste, a reprovação a Temer vai a 77%.
A pesquisa Datafolha ouviu 2.771 pessoas entre os dias 21 e 23 de junho em 194 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.