O argentino Papa Francisco provou da música brasileira nesta última quarta-feira (12). O concerto histórico da Orquestra Sinfônica da UFRN, realizado no Vaticano para o Santo Pontífice, foi considerado pelo embaixador do Brasil em Roma, Antônio de Aguiar Patriota, como “a melhor performance artística” em sua gestão, iniciada em 2016. A Orquestra comandada pelo maestro André Muniz, acompanhada do Madrigal da UFRN se apresentou hoje (13) no Conservatório Licinio Refice, ainda em Roma, junto a músicos italianos.
“Os dois concertos foram incríveis. Na embaixada eles não economizaram gentileza. O público foi impecável, com direto a lágrimas e manifestações de carinho e orgulho ao final. Nos ofereceram um coquetel com muito vinho, champagne e caipirinha. E a apresentação para Papa foi emocionante. Todo o grupo ficou extremamente orgulhoso ao ouvir o Santo Padre citar e agradecer à UFRN. Em seguida foi lido um texto em português repetindo o agradecimento”, disse orgulhoso o diretor da Escola de Música da UFRN, Jean Joubert.
A oportunidade de se apresentar ao Papa se deu “quase por providência divina”, como brincou o maestro André Muniz. “Padre José Mário estava no concerto que executamos a ‘Grande Missa Nordestina’ na Antiga Catedral, em dezembro do ano passado. Ao final do concerto, ele disse emocionado: ‘Esta é uma obra que o Papa Francisco certamente se emocionaria ao escutar. Já pensou um Papa argentino escutando uma missa em latim, mas com elementos rítmicos e melódicos do Nordeste Brasileiro em pleno dia da Padroeira das Américas?’.
Sugestão feita, a reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz entrou em contato com o arcebispo Dom Jayme, que encaminhou um histórico da Orquestra e do Madrigal ao Vaticano. E no dia de celebração dos 60 anos da UFRN, a Reitoria recebeu a confirmação do concerto. Antes, ainda em novembro, foi realizado o concerto Rumo a Roma, no Teatro Riachuelo, com o mesmo repertório apresentado ontem ao Papa.
No repertório foram executadas as peças ‘Magnificat Aleluia’ de Heitor Villa-Lobos; a própria ‘Grande Missa Nordestina’, do compositor pernambucano Clovis Pereira; a premiére de uma Obra de Danilo Guanais, o ‘Regina Coeli’; O Guarani, de Carlos Gomes; Pinos de Roma, de Ottorino Respigui, entre outras. “Hoje muitos integrantes da orquestra são oriundos de diversos estados do Brasil. Então demos protagonismo à música feita e produzida no Brasil. O nosso diferencial é que produzimos em uma qualidade que sinceramente não deve a muitas orquestras profissionais”, concluiu André Muniz.