As perspectivas da ocupação hoteleira do Rio Grande do Norte para o feriado de Semana Santa é de 47%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do RN (ABIH-RN). O número é 27% inferior ao que foi registrado pela associação no ano de 2022, quando houve 65% da ocupação média da rede hoteleira potiguar. Para se ter noção, em 2019, no período pré-pandemia no RN, a ocupação média foi de 69.8%.
Por conta da pandemia e as limitações impostas pelo vírus, o setor operou no vermelho, com cerca de 50% do funcionamento. A recuperação ocorreu no ano passado. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis (ABIH), Abdon Gosson, o regresso a um patamar abaixo do esperado coincide com a situação de insegurança no estado. “Normalmente, na semana santa a ocupação é muito alta. Estamos com dificuldades de vender bem. O brasileiro já se acostumou a fazer viagem no Brasil. Então durante os acontecimentos que ocorreram no Estado ao invés dos turistas estarem comprando, começou aqueles atos terroristas, os atentados. Aquilo afugentou os turistas e viajantes”, lamentou o presidente.
A onda de ataques do Rio Grande do Norte começou no dia 14 de março e durou dez dias, gerando um efeito negativo para o setor do turismo. Cerca de 45% a 50% de potenciais turistas cancelaram suas reservas já planejadas e marcadas com antecedência. “O reflexo está acontecendo agora. Exatamente o que nós prevíamos. O nosso medo não era de imediato, nossa preocupação sempre foi com as vendas futuras. Como elas estarão? A previsão não é boa”, declarou Abdon.
Sendo o turismo o carro-chefe econômico do RN, a imagem manchada em meio à onda de violência e terror que aconteceram no mês de março precisou ser reparada. Por conta disso, todas as entidades empresariais junto com o Governo estadual tiveram que investir na publicidade.
“Eles estão fazendo uma campanha de publicidade a nível nacional. Nós precisamos para ontem”, cobrou o empresário.
A partir da chegada do turista, toda uma cadeia de atividades se desenvolve no estado. Entre os locais que mais chamam atenção está o setor dos bares e restaurantes que sofre o impacto com a redução de turistas circulando.
Com a expectativa de 47% da ocupação média da rede de hotéis, o reflexo, estimado pelo Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares do Estado do Rio Grande do Norte (SHRBS-RN) também é um dos piores, como explica o presidente da entidade, Habib Chalita.
“Isso reflete no consumo da cadeia econômica. Nós poderíamos ter um movimento muito maior no setor de alimentação, caso estivéssemos com um número de ocupação bem maior. Então, com os hotéis estando cheios, os restaurantes também estariam com um consumo bem maior”, explicou o presidente.
A preocupação gerada serve de um sinal de alerta para quem vive do ramo de restaurantes e bares, já que, durante o período da Semana Santa, os turistas costumam conhecer e se divertir diante da culinária regional e dos drinks bem preparados.
Com a visitação mais baixa, o lucro, que antes era esperado, se desvaloriza. O que acaba prejudicando empresários e colaboradores do meio. Em 2022, com 65% de ocupação, os restaurantes foram beneficiados. “Quanto mais turistas, mais consumos. Quanto mais consumos, mais os restaurantes são também beneficiados diretamente com a presença aqui dos turistas”.
Tribuna do Norte