Um grupo de representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) se reuniu, nesta quinta-feira (16), com o secretário Estadual da Segurança Pública e Defesa Social, Coronel Araújo Silva, para apresentar as dificuldades enfrentadas pelo setor industrial com os ataques criminosos ocorridos em todo o estado desde a terça-feira (14).
Representando o presidente da FIERN, Amaro Sales de Araújo, o diretor primeiro tesoureiro Roberto Serquiz levou ao secretário os pleitos de membros de sindicatos que integram a Federação. “A questão do acesso dos colaboradores ao trabalho e o comprometimento no abastecimento e logística foram alguns dos pontos que informamos”.
Roberto Serquiz, que também é presidente eleito da Federação para mandato a partir de outubro deste ano, informou ainda que algumas indústrias já têm situações emergenciais a serem sanadas.
Serquiz e Marcelo Rosado, presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário, Fabricação de Cimento e de Argamassa do Estado do Rio Grande do Norte (SINECIM), apresentaram ao secretário o trabalho nessa área realizado pelo MAIS RN, o núcleo de pensamento e planejamento estratégico contínuo da FIERN.
“Apresentamos ao secretário que há um estudo existente no MAIS RN da presença de cenários futuros na área de segurança pública e oferecemos a ele para que possa usar da melhor forma”, ressaltou o diretor primeiro tesoureiro.
Uma das situações de dificuldade que as indústrias vêm enfrentando foi exposto pela presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Rio Grande do Norte (SIFT), Helane Cruz. “Tivemos quatro turnos de uma das fábricas comprometidos por causa dos ataques ocorridos”, lembrou.
Ela disse também que o transporte de boa parte dos colaboradores é feito em ônibus e, com os recentes episódios de veículos incendiados, há um forte temor de novos ataques.
O vice-presidente da FIERN, Vilmar Pereira, externou sua preocupação com o que vem acontecendo no estado. “É algo que atinge a sociedade e, por consequência, a economia como um todo. Se não temos o colaborador, logo não vamos ter como produzir. E sem produção não temos como vender, fornecer o produto à população”, argumentou.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (SIESAL), Airton Torres, ressaltou que as pessoas estão com medo. “E isso tem impactado em faltas no trabalho”, completou. Outro ponto levantado por Torres diz respeito à logística do transporte rodoviário. “Muitos de nossos produtos são escoados pelas rodovias e o que temos visto são esses crimes sendo praticados também nas estradas”, declarou.
A opinião foi respaldada pelo presidente do SINECIM, Marcelo Rosado. Ele citou a necessidade de garantir segurança para o transporte dos colaboradores bem como da preservação dos veículos que integram a frota das empresas. “É importante todo um trabalho para que esses ataques sejam cessados no estado”, afirmou.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado do Rio Grande do Norte (SINDRECICLA-RN), Etelvino Patrício, endossou que a maior dificuldade é a do colaborador chegar aos locais de trabalho. “Temos, inclusive, pago o deslocamento de alguns em carros de aplicativo para que não percam o dia de produção”, disse.
Patrício apresentou sua preocupação com a frota de veículos que as empresas possuem. “Nos assusta porque o que temos visto é que os ataques têm ocorrido em garagens e muitos veículos sendo incendiados”, comentou.
Medidas
Atento à fala dos empresários, o secretário de Segurança Pública explicou o que tem sido feito desde que os ataques foram iniciados. Além disso, ele informou que o efetivo policial será reforçado. “Houve uma reunião com os governos do Ceará e Paraíba e eles prontamente já estão deslocando policiais para reforçar o trabalho junto com nossa força de segurança e o efetivo da Força Nacional”, informou.
Ainda em sua fala, Coronel Araújo disse que vai levar os pleitos apresentados pelo setor industrial a uma reunião com a presença da governadora Fátima Bezerra, dos presidentes da Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça com representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
No final do encontro, Serquiz agradeceu a disposição do secretário em ouvir os pleitos da indústria potiguar. “Saímos daqui com o indicativo de que o governo está em busca de retomar a normalidade”, concluiu.
A reunião também contou com a participação do vice-presidente do SINDRECICLA-RN, Manoel Neto, e do assessor jurídico da FIERN, Davis Costa.