Uma ferramenta capaz de avaliar a concentração de hidrocarbonetos tóxicos, como benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos, em casos de derramamento de petróleo em água do mar, com rapidez e eficiência. É assim que atua o aplicativo para smartphone Rastreamento Btex, uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da UFRN, envolvendo o Núcleo de Processamento Primário e Reúso de Água Produzida e Resíduos (Nupprar) e o Instituto Metrópole Digital (IMD), coordenado pelo professor Edvaldo Vasconcelos de Carvalho Filho, durante o Projeto Amazônia Azul.
O aplicativo foi desenvolvido com base em estudo-piloto e modelos matemáticos realizados nos laboratórios do Nupprar. A ferramenta facilita a avaliação da contaminação em campo apenas com as informações do grau API do petróleo, tempo do derramamento e a temperatura da água do mar. Vale explicar que o grau API é uma escala hidrométrica criada pelo American Petroleum Institute (API) para medir a densidade relativa de óleos e derivados.
Essa facilidade diminui custos e tempo para tomadas de decisão dos órgãos ambientais, como, por exemplo, a contratação de laboratórios para análises químicas, coleta, transporte e logística de amostras, assim como o tempo para obtenção dos resultados analíticos, que levam geralmente de sete a 10 dias úteis.
O professor Edvaldo Vasconcelos destaca que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) se mostrou interessado em adquirir a tecnologia, cujo registro já está sendo solicitado por meio da Agência de Inovação da UFRN (Agir). “Ela pode ser tornar uma ferramenta bastante útil em casos de emergências ambientais e de auxílio na tomada de decisões de mitigação dos impactos ambientais”, ressalta.
Edvaldo lembra que quando houve a ocorrência de derramamento de óleo em 2019, que atingiu diversos municípios da região Nordeste, a ferramenta poderia ter auxiliado na tomada de decisões mais rápidas, por conseguir detectar in loco a quantidade de produtos poluentes que foram jogados no mar naquele momento.
O aplicativo Rastreamento Btex está sendo desenvolvido pela equipe que participa da pesquisa da UFRN financiada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), voltada para identificar, caracterizar e analisar os riscos e potenciais da atividade econômica no espaço marítimo e na porção litorânea do Brasil, a chamada Amazônia Azul.