(Por Flávio Marinho) – Me pegou de surpresa, na manhã desta sexta-feira, 16, a notícia sobre a morte do médico Lauro Bezerra, ex-deputado estadual, cuja atuação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte sempre rendia boas pautas para a imprensa especializada em política.
Lauro, que tinha 90 anos, era também chamado de “Tio Lauro” pelos mais próximos, e fez parte de uma geração de políticos que não baixava a cabeça para os poderosos de plantão.
Como parlamentar, não tinha “papas na língua”. Defendia suas ideias e pontos de vista, sempre no melhor estilo “doa a quem doer”.
Era, no entanto, um gentleman, hábil na arte de fazer amigos e expert em lidar com a imprensa, mesmo quando o tema da matéria não o agradava.
Lauro Bezerra, que nasceu em Santa Cruz no dia 24 de julho de 1933, exerceu diversos cargos públicos, entre os quais o de secretário de Saúde, pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFRN, coordenador regional da Funasa e presidente da Associação Médica. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do RN e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, tem vários títulos publicados, entre os quais “Como se Faz um Reitor”, “Médicos na Política” e “Majó Theodorico – O imperador do Sertão”.
Também é de sua autoria o livro “O Verdadeiro”, sobre a história do PSD. Lançado em dezembro de 2012, na Academia Norteriograndense de Letras, a obra ultrapassa a mera narração de episódios curiosos, que ficaram em um passado distante e esquecido. Lauro descreveu a história de um partido que foi protagonista da política brasileira e potiguar.
Me orgulho de ter sido, na época, um jornalista amigo e próximo de Lauro Bezerra, com quem, também ao lado do ex-deputado Francisco Brilhante, participava da famosa “Bancada do Kasarão”, um bar localizado na Campos Sales, onde a gente se reunia para conversar política.
Era rara a vez que eu não saia com meu caderno de anotações com boas dicas de matérias políticas. Lauro apreciava muito as doses de Rum com Coca e a conversa fluía fácil, entrando noite adentro. Naquela época, as sessões plenárias da Assembleia Legislativa eram realizadas no período da tarde.
Além da saudade, Lauro deixa exemplos de vida e de amizade.
Lauro, que era irmão do empresário e ex-senador Fernando Bezerra, deixa viúva Dona Luzi, com quem teve três filhos: Bianor, Solange e Suzana.
O seu velório será às 15 horas, no cemitério Morada da Paz em Emaús.
Parta em paz, amigo Lauro.
Hoje brindarei a sua vida brilhante e os ensinamentos que de você recebi como repórter de política, com uma farta dose de rum.
Até qualquer hora dessa.