Um estudo feito por pesquisadores brasileiros em parceria com a Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, mostrou que a imunidade de pacientes que já foram infectados pelo Sars-CoV-2 pode durar pelo menos seis meses. Além de terem ficado mais potentes após a doença, os anticorpos de ex-pacientes de Covid-19 também demonstraram maior capacidade de combater mutações do vírus.
A pesquisa, publicada nesta segunda-feira (18/1) no periódico científico Nature, analisou 87 pessoas que tiveram Covid-19 com idades entre 18 e 76 anos. Os pesquisadores observaram que os níveis das células B de memória, responsáveis por reconhecer o vírus e criar anticorpos para enfrentá-lo, permaneceram estáveis durante os seis meses pós-infecção, o que indicaria que a imunidade permaneceu ativa durante este período.
Após seis meses, os anticorpos não só estavam mais potentes que os desenvolvidos no início da infecção, como também conseguiram reconhecer versões mutantes do vírus. “Os anticorpos melhoraram em termos de potência e diversidade. Eles conseguiram neutralizar diversas variações da corona [a ‘coroa’ do coronavírus]”, explicou Julio Cesar Lorenzi, um dos líderes do estudo.
Por meio de ensaios de laboratório (in vitro), os cientistas constataram que os anticorpos criados pelas células B também demonstraram maior potência no enfrentamento do vírus em casos de reinfecção.
Metrópoles