O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou na manhã desta sexta-feira que não considera deixar o governo. Ele antecipou seu retorno das férias em meio à crise envolvendo a exoneração de José Vicente Santini, que era seu secretário-executivo. O presidente Jair Bolsonaro também esvaziou a pasta ao retirar de sua alçada o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Bolsonaro e Onyx devem se reunir nesta sexta-feira para decidir o futuro da pasta.
— Claro que não (considero deixar o governo). Como já disse, a minha missão, junto com o presidente Bolsonaro, é servir o Brasil. Mas claro que toda e qualquer decisão dentro do governo é liderada por ele — afirmou o ministro, ao G1, ao desembarcar em Brasília.
Santini foi demitido após usar uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, à Índia, onde Bolsonaro estava em missão oficial no último fim de semana. Os outros ministros viajaram em voo de carreira.
Logo após ser exonerado da secretaria executiva da Casa Civil, Santini foi nomeado assessor especial de relacionamento externo do mesmo ministério. O GLOBO revelou que a nomeação de Santini para o novo cargo ocorreu após apelo dos filhos do presidente, de quem ele é amigo de infância. Em 48 horas, no entanto, Bolsonaro o demitiu pela segunda vez.
Na Casa Civil, o clima é de incerteza e apreensão.Assessores ligados ao ministro Onyx tentam decifrar os próximos movimentos do presidente, que se demonstrou extremamente irritado com os últimos atos da pasta. Dentre as hipóteses cogitadas internamente está a de transferir Onyx para o Ministério da Educação, no lugar de Abraham Weintraub, indicado para o posto pelo próprio Onyx.
Correio Braziliense