Quase um quarto dos norte-americanos irá morar em áreas onde o uso recreativo da maconha é legal se os eleitores aprovarem iniciativas que irão permitir a prática na Califórnia, em Massachusetts e em três outros Estados na eleição desta terça-feira.
Como a erva já foi legalizada para adultos em quatro Estados e no Distrito de Columbia, uma vitória da causa em solo californiano já irá bastar para tornar toda a Costa Oeste dos EUA uma zona livre para a maconha, completando uma marcha geográfica que começou nos Estados de Washington e Oregon.
Decisões no mesmo sentido em Arizona, Nevada, Massachusetts e Maine preencheriam a maior parte do restante do oeste e ampliariam o uso recreativo para o nordeste.
Pesquisas de opinião mostram os eleitores favoráveis à proposta em todas as cinco unidades federativas.
Além disso, medidas para legalizar a maconha medicinal ou expandir seu uso irão a voto em Dakota do Norte, Montana, Arkansas e Flórida.
Vinte e cinco Estados já legalizaram a cannabis em alguma forma, seja medicinal, recreativa ou ambas.
Na Califórnia, onde a maconha medicinal é legal desde 1996, uma pesquisa de opinião recente do Instituto de Políticas Públicas revelou que 55 por cento dos eleitores prováveis – o voto é facultativo nos EUA – apoiam uma votação que autorizaria ao Estado taxar e regulamentar as vendas de maconha no varejo, mais ou menos como acontece com bebidas alcoólicas.
Essa cifra é semelhante àquela de sondagens de Massachusetts e Maine que mostram simpatia pela legalização. Maiorias menos expressivas ou pluralidades também apontam para uma legalização no Arizona e em Nevada.
Só a aprovação da Califórnia, Estado mais populoso dos EUA graças a seus 39 milhões de habitantes, colocaria quase um quinto dos norte-americanos vivendo em Estados onde a maconha recreativa é legal, de acordo com cifras do Censo dos EUA.
Esse número sobe para mais de 23 por cento se os cinco Estados aprovarem a medida.
Os defensores da maconha legalizada vêm tentando conquistar apoio nas urnas há décadas, sem muito sucesso, até anos mais recentes, começando com vitórias no Colorado e no Estado de Washington em 2012.
A legalização, ainda que só em alguns dos Estados onde as medidas estão em votação, pode incitar o governo federal, que ainda classifica a maconha na mesma categoria da heroína, a começar a repensar suas leis e políticas, disse John Matsusaka, cientista político da Universidade do Sul da Califórnia.
Portal Exame