O prefeito de Natal, Álvaro Dias, justificou a divergência entre o decreto municipal e o estadual com relação aos horários de funcionamento de estabelecimentos. Segundo o gestor, a ampliação em uma hora no funcionamento de bares e restaurantes foi embasada pelo Comitê Científico Municipal e tem o objetivo de garantir os empregos porque, no entendimento de Álvaro Dias, o fechamento às 20h inviabilizaria o funcionamento desses estabelecimentos e causaria desemprego. A declaração foi dada durante entrevista na manhã desta terça-feira (9), à InterTV Cabugi.
Segundo Álvaro Dias, ninguém sai de casa apara jantar fora às 18h e, com o horário limite às 20h, conforme decretou o Governo do Estado, haveria uma queda vertiginosa de público nos estabelecimentos.
“A nossa preocupação é com o emprego, com o trabalho. Principalmente com os trabalhadores da iniciativa privada”, afirmou Álvaro Dias, afirmando que funcionários públicos têm a garantia dos salários, mas os de estabelecimentos privados têm sido assombrados pela possibilidade de desemprego.
“Quando se obriga que ele feche às 20h, inviabiliza o funcionamento. Quem vai a um restaurante às 18h? Ninguém. Isso é uma outra pandemia. Se a pandemia da Covid mata, e mata realmente, o desemprego também mata. As pessoas sem condições de fazer feira, suas obrigações, também morrem. Queremos um ponto de equilíbrio entre prevenção à saúde e também manutenção dos empregos. Essa foi a finalidade do nosso decreto”, explicou o prefeito.
O prefeito disse que deve haver um ponte de equilíbrio entre a prevenção à pandemia e manutenção do trabalho. Atualmente, a Região Metropolitana de Natal é considerada o epicentro do coronavírus no Rio Grande do Norte, segundo relatório do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN). A ocupação das UTIs Covid na Grande Natal está em 94,2% na manhã desta terça.
Quando perguntado sobre tomadas de decisão em conjunto com o governo estadual, Álvaro Dias disse que está aberto ao diálogo e que, ao contrário do que foi dito anteriormente, teve contato com Fátima Bezerra antes da publicação do decreto municipal.
“Ela falou com o prefeito de Natal. Eu falei que iria analisar o decreto e iria tomar a decisão com base ao nosso comitê. Acho que estamos fazendo nossa parte, com hospital de campanha, com centros de atendimento, com profissionais de saúde e abrindo mais leitos”, afirmou o prefeito.
Sobre a permissão para funcionamento de escolas privadas neste momento, ele disse que houve uma preparação por parte das instituições que permitiram o cumprimento de protocolos, mas que não ocorreu nas escolas públicas.
“Entendemos que as escolas privadas estão preparadas, investiram, elaboraram protocolo que protegem as crianças, e liberamos o funcionamento dessas escolas. Liberamos apenas as privadas porque as públicas não estão preparadas e, por isso, não devem funcionar ainda”, explicou.
Com informações da Tribuna do Norte