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Alunos da UFRN criam manual para saúde sexual LGBT+

FOTO: CÍCERO OLIVEIRA

Alunos de diferentes cursos da UFRN se uniram na disciplina de Atenção à Saúde da População LGBT, em 2020.5, ministrada pela professora Brígida Albuquerque, da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM/UFRN), para formar um guia de saúde sexual, o Pequeno Manual para Pessoas com Vagina.

Produzido por Maria Luisa, Maria Eduarda, Helouize Lorena, Bruna Gabriella, Luiz Lopes de Azevêdo, Talita Gomes, Ana Beatriz Freire e Annderson Oliveira, com apoio também de Fernando Henrique (membro da Rede de Juventudes do Seridó), o manual se centra na carência de publicações a respeito da saúde sexual para homens trans, mulheres cis e não binários cujo sexo biológico seja feminino.

De diferentes áreas do conhecimento — medicina, psicologia, enfermagem, direito e educação física —, os integrantes do projeto se conheceram graças ao ensino remoto. “Todo nosso grupo é de Natal, mas nem todo mundo se conhece. Soubemos da disciplina e, todos nós, enxergamos a matéria como uma oportunidade única”, relatam. “Além disso, é importante pensar na formação de profissionais de saúde capacitados para pensar além da heterocisnormatividade”, atentam os alunos que organizaram o manual.

A heterocisnormatividade, em uma definição da pesquisadora e consultora em diversidade e inclusão social, Júlia Rosemberg, seria o “padrão único dos comportamentos calcados na heterossexualidade e na cisgeneridade”. Ou seja, a normatividade hétero e cis exclui as formas de viver que não se encaixam no conceito.

Os autores reforçam que o projeto tem o intuito de guiar profissionais de saúde e membros da comunidade LGBT+ em geral, para que haja um esforço maior em prol da saúde sexual desse público.

De acordo com o grupo, a colaboração da comunidade foi fundamental para produzir o manual.  “Possuímos membros da comunidade LGBT+ na própria formação dos autores do material e também entramos em contato com apoiadores LGBTs, que deram um enorme suporte e feedback acerca de suas vivências e o que sentiam que podia ser melhorado, adequado ou melhor esclarecido no material. Agradecemos profundamente a essas pessoas, pois sem elas teria sido muito mais difícil entender todas as demandas que eram necessárias”, afirmam os pesquisadores.

Já começam a surgir, no Rio Grande do Norte, instituições públicas que se atentam ao cuidado da comunidade LGBT+. “O Ambulatório Transexual e Travesti em Natal/RN é um exemplo do surgimento dessas medidas, por isso os pesquisadores têm a esperança de que o ambulatório atinja a população e possa agir como um porto seguro e como acolhimento para a minoria trans/travesti, que ainda encara tantos entraves e dilemas”.

Os alunos autores do Pequeno Manual para pessoas com Vagina já foram convidados para ministrar aulas sobre o conteúdo do guia. “Adoraríamos também ter a oportunidade de publicar de maneira impressa o material, por meio da Editora da Universidade, para que esse pudesse alcançar ainda mais pessoas”.

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