Alunos da rede municipal de ensino de Natal obtiveram excelentes resultados na 19ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). A Olimpíada é organizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e pela Agência Espacial Brasileira (AEB), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A Escola Municipal Professora Zeneide Igino de Moura, situada no bairro de Cidade Nova, Zona Oeste da capital, foi premiada com quatro alunos medalhistas na 19ª OBA. A estudante Ingridy Caroliny Emiliano Araújo de L. Silva conquistou a medalha de ouro. A estudante Maria Eloisa Pereira da Silva foi agraciada com a medalha de prata, e o bronze foi conquistado pelos alunos Francisco Olavo da Silva Santos e Andressa Kelly Aquino da Silva. Todos eles estão com nove anos e cursando o 3º ano do Ensino Fundamental. Os estudantes foram orientados pela professora Andrea Vasconcelos da Silva.
De acordo com a professora Andrea Vasconcelos, a proposta de trabalhar com a temática “O Universo” junto às turmas de 3º ano partiu da necessidade de os alunos se apropriarem de conceitos básicos relativos ao Universo para participarem da OBA. Neste contexto, a escola trabalhou o projeto “Viajando pelo Universo”.
“O grande ganho desse projeto para as nossas crianças é porque parte de um assunto que desperta o interesse infantil. As crianças ficam entusiasmadas por todos os assuntos que falam sobre o céu, a lua, os foguetes e os cometas. Havia também o interesse dos alunos em descobrir mais sobre o espaço, o planeta e os astros”, afirmou a professora.
Segundo a pedagoga, por meio do projeto os alunos têm noção de História, Geografia, Física, Química, Matemática e utilizam muito a Língua Portuguesa, com foco na leitura e escrita. Foram estudados vários conceitos, entre eles, O Universo – concepções da origem do universo; Sistema Solar; Astros luminosos e iluminados; O planeta Terra; A Lua; Dia e Noite; Movimentos de translação e rotação e Observando as estrelas – constelações mais conhecidas.
A pedagoga Andrea Vasconcelos explica ainda as estratégias metodológicas. Foram utilizados vídeos didáticos; textos de gêneros diversos: informativos, científicos, poemas, músicas; leitura de livros literários; filmes; experimento – movimentos da Terra; aulas de campo (Barreira do Inferno, em Parnamirim e Planetário); oficinas de reprodução do sistema solar – com massa de modelar e papel jornal; oficina de confecção de um foguete com materiais recicláveis e oficina de pintura rupestre. “É fantástico ver o interesse das crianças por esses temas. Foi uma felicidade muito grande ter os nossos alunos premiados, porque sabemos que apesar das dificuldades estamos fazendo um trabalho bacana e queremos cada vez mais aperfeiçoarmos”.
A medalhista de ouro, Ingridy Caroliny, estava muito contente com a conquista. Ela que tem o sonho de ser escritora, e disse que adora ler e estudar em casa. Falou que apesar de realizar uma prova muito boa, não esperava esse resultado. A mãe de Ingridy, a dona de casa Luita Cristina Emiliano de Araújo, também estava muito feliz com o resultado alcançado pela filha. “Tenho muito orgulho da minha filha, porque ela gosta de estudar e fazer os deveres de casa todos os dias. Eu sempre repito para ela, que nada na vida vem sem esforço”, disse.
Os outros três medalhistas também estavam muito felizes com as conquistas. Andressa disse que antes da prova estava ansiosa, mais conseguiu realizar uma boa Olimpíada, graças aos conteúdos estudados em sala de aula. “Adorei a aula de campo na Barreira do Inferno, pois aprendi bastante coisa”. Já a aluna Maria Eloisa, afirmou que não estava esperando o resultado, porém gosta de estudar bastante. “Minha mãe ficou muito feliz quando cheguei em casa com a notícia da premiação”, contou Francisco Olavo, que revelou o desejo de ser médico quando crescer, e que estava bastante confiante quando realizou a prova.
A Olimpíada de Astronomia também premiou três alunos com medalhas de prata e bronze na Escola Municipal 4º Centenário, localizada na Av. Floriano Peixoto, Petrópolis. A professora de Ciências, Marília Otaviano Cavalcante de Assis, contou que a iniciativa de trazer astronomia como disciplina extra partiu do interesse dos próprios alunos, que sempre demostraram curiosidade por este assunto. “Em 2013 surgiu a oportunidade de fazer um curso de Astronomia. A partir desse curso começamos a participar da OBA aqui na escola, e depois disso a cada ano temos sempre muitos alunos interessados, mesmo não sendo obrigatório, nem valendo ponto eles querem participa. Isso é ótimo”, declarou a professora.
Para o aluno Alison Ranier Araújo de Souza, de 14 anos, o interesse por astronomia surgiu quando ainda era criança, e conta que sempre teve interesse por filmes que envolvessem o espaço. “Sempre me senti muito confortável em ver filmes com extraterrestres e também sempre li muito sobre o assunto. Porém, depois de começar a estudar sobre o assunto na grade curricular do 6º ano que esse interesse cresceu ainda mais. Tive a oportunidade de participar da OBA e consegui medalha de bronze e fiquei muito feliz. Gosto muito de estudar sobre os astros, mas não é a carreira que pretendo seguir. Vai ser um hobby”, disse o medalhista.
Alisson da Silva Queiroz, também de 15 anos, medalhista de prata, mesmo querendo ser engenheiro civil, disse que o gosto pela astronomia vem desde criança, mas só se aprofundou no assunto com o incentivo dos professores. “Quando entrei na Escola Municipal 4º Centenário os professores me incentivaram e eu participei da OBA em 2013. Essa é a minha terceira participação, mas só consegui ser medalhista esse ano, e acho que o apoio dos professores foi fundamental”, declarou o estudante.
A estudante de 14 anos, Talita de Souza Alves, já participou de três olímpiadas e pela primeira vez conquistou a medalha de bronze. Ela conta que o primeiro contato com a astronomia foi quando ganhou alguns livros dos amigos. “Foi assim que passei a me interessar mais por esse mistério que é descobrimento do espaço. Astronomia me fascina e pode ser que entre em meus planos futuros”, concluiu.
A Escola Municipal Professora Terezinha Paulino também comemora a conquista dos alunos Pedro Vasconcelos Lisboa com a medalha de prata, e Maria Clara da Silva Oliveira com a medalha de bronze. Os dois adolescentes de 14 anos participaram da OBA pela primeira vez.
Para Maria Clara Oliveira, o desejo de participar partiu do incentivo da professora, pois até então, não sabia nada do assunto. “Hoje conheço um pouco mais do assunto. Quero ser bióloga, mas a astronomia me faz pensar em uma atividade extra”, declarou.
Para a professora de Ciências, Maria da Conceição da Silva, é gratificante acompanhar o interesse dos alunos, mesmo sendo uma atividade extra. “É um assunto que desperta curiosidade e que eles gostam muito. Repassamos o conteúdo para os alunos que estudam em casa para a prova”.
Olimpíada
A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) é organizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). A OBA é um evento aberto à participação de escolas públicas e privadas, urbanas ou rurais, sem exigência de número mínimo ou máximo de alunos, os quais devem preferencialmente participar voluntariamente. Podem participar da OBA alunos do 1º ano do Ensino Fundamental até o último ano do Ensino Médio.