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Alta dos combustíveis terá forte impacto na inflação, apontam economistas

ESTATAL REAFIRMA QUE SEGUE COTAÇÕES INTERNACIONAIS E A VARIAÇÃO DO DÓLAR. FOTO: ILUSTRAÇÃO/PIXABAY

Em meio à pressão dos caminhoneiros e à desconfiança do mercado financeiro sobre interferência política nas decisões da Petrobras, a estatal anunciou ontem mais reajustes nos combustíveis. A partir de hoje, o preço médio de venda da gasolina nas refinarias da petroleira será de R$ 2,25, aumento médio de R$ 0,17 por litro, ou 8,17%. O valor do diesel passará para R$ 2,24, elevação de R$ 0,13 por litro e alta de 6,16%. Já o gás de cozinha vai custar, para as distribuidoras, R$ 2,91 por quilo, (equivalente a R$ 37,79 por botijão de 13kg), salto de R$ 0,14 por kg, um aumento de 5%. Os preços tendem a ser repassados para o consumidor. A decisão terá impacto brutal na inflação, estimam especialistas.

Segundo a estatal, os preços acompanham a cotação dos produtos no mercado internacional e a taxa de câmbio. No entanto, a Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis (Abicom), alega que a estatal mantém defasagem proposital para tirar competitividade da importação dos produtos.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, estimou que a gasolina pode subir mais 5%, justamente por conta da defasagem frente ao mercado internacional. “Sobre o impacto no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), tal magnitude de reajuste na refinaria afetaria as bombas apenas no terceiro decêndio de fevereiro, com grande parte do efeito na inflação de março”, acrescentou.

Para o economista-chefe da Necton, André Perfeito, só a alta anunciada ontem para a gasolina pode ter impacto de 0,40 ponto percentual no IPCA de fevereiro. Nos cálculos de Renato Preyer Veloni, professor de Ciências Econômicas do Ibmec, em três a seis meses, os reajustes do diesel, da gasolina e do gás de cozinha, poderão ter impacto de 1,5 ponto na inflação.

Ontem pela manhã, em conversa com apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu que o novo reajuste dos combustíveis iria “gerar chiadeira, com razão”. Mais tarde, reuniu-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o problema e depois, em solenidade no Palácio do Planalto, voltou a comentar o assunto.

Correio Braziliense

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