Comer fora de casa está ficando cada vez mais caro. Segundo um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (Abbt), o custo médio de uma refeição atualmente está em R$ 40,64, fazendo com que o valor depositado no vale-refeição dos trabalhadores acabe em apenas 13 dias. Dois anos antes, em 2019, a média era de ao menos 18 dias.
O resultado engloba dados da Sodexo Benefícios e Incentivos, que constatou a queda da duração do benefício para os clientes desde o início da pandemia de covid-19. Como as empresas consideram, geralmente, 22 dias úteis na concessão do crédito, hoje o trabalhador precisa tirar do próprio bolso para almoçar nos últimos nove dias do mês, fechando o período para a próxima recarga.
Isso acontece porque, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação vem registrando constantes altas, sobretudo nos alimentos. Em junho, por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou que os alimentos para consumo fora do domicílio passaram de 0,41%, no mês anterior, para 0,95%, enquanto o lanche foi de 1,08% para 2,21%.
No primeiro semestre, as companhias aumentaram, em média, 7,42% o valor do crédito depositado no vale-refeição dos funcionários, quando comparado com o mesmo período de 2021. Apesar do reajuste do benefício, um levantamento da consultoria Kantar ainda mostra que os brasileiros estão reduzindo o consumo de alimentos e trocando o almoço por lanches.