Mesmo com aumento na arrecadação, em altas cifras, devido às atividades aeroportuárias do Aluízio Alves; além da exaustiva comemoração, na mídia, da ascensão no setor imobiliário, onde há cerca de 20 mil lotes já licenciados à comercialização, o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Paulo Emídio, parece estar acometido por uma ‘fome leonina’ quando o assunto é dinheiro. Até o momento, o Ministério Público do RN não se manifestou sobre o empréstimo milionário que o prefeito vai contrair, “empenhando” o FPM do município, às véspera do período eleitoral. A dívida prosseguirá pelos próximos 20 anos.
Paulo Emídio conseguiu, em regime de urgência, pasmem, a aprovação na Câmara Municipal de um empréstimo de 34 milhões de dólares para contratar uma operação de crédito internacional com o Fundo de Investimento para Desenvolvimento da Bacia do Prata, o Fonplata, para “Obras do Programa de Ações Estruturantes”.
Com um placar folgado de 15 votos a 2 para fazer o empréstimo, onde os únicos vereadores contra foram Thiago Soares (PTC) e Tarcísio Fernandes (PSD), Paulinho pode, simplesmente, inviabilizar as futuras administrações pelos próximos 20 anos.
Tal empréstimo milionário tem como garantia do FPM (Fundo de Participação Municipal). Segundo o vereador Thiago Soares, o prefeito teria avisado que está estudando medida legal para acabar com o que chamou de festa do poder municipal.
Enquanto isso, cidadãos questionam o ‘endividamento relâmpago’, como também os investimentos – R$ 100 milhões – em uma adutora, como também R$ 1 milhão em um parque ecológico, onde as obras sequer foram concluídas pela Prefeitura.
A promissora São Gonçalo tem agora uma dívida de 34 milhões de dólares, que pode aumentar mais, já que o contrato prevê o pagamento do empréstimo do valor atualizado. Ou seja, assinou por R$ 3,50 por um dólar, e deve pagar R$ 4,28 com o valor atualizado – o que representaria cerca de R$ 20 milhões a mais.
Enquanto o Ministério Público não se pronuncia, é nas ruas da cidade onde populares se manifestam contra o a medida do prefeito. Todos querem saber, de fato, qual a necessidade de um empréstimo desse porte para um município com orçamento de R$ 600 milhões, isso às vésperas de ano eleitoral.