O deputado Albert Dickson (PROS) se pronunciou, na sessão ordinária remota desta terça-feira (23), a respeito da nova cepa (variante) do coronavírus, que, segundo ele, está circulando pelo Brasil com mais agressividade. O parlamentar chamou a atenção para as características, os novos sintomas e a necessidade de tratamento precoce contra a nova variante do causador da Covid-19.
“Segundo o observatório da Fiocruz, a nova cepa está presente em 71% dos pacientes do Ceará, 84% do Rio de Janeiro e 50% de Pernambuco. No Sul a situação está pior: toda a região está afetada. Paraná com 70%, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com 64%”, detalhou.
De acordo com o deputado, o que diferencia a nova cepa da anterior é que ela se adaptou. “Antigamente, o vírus ia primeiro para o rim; hoje, ele vai para o fígado, aumentando as transaminases. Então, a nova cepa age no fígado para tirar a nossa força maior, impedindo os medicamentos de serem absorvidos pelo corpo”, explicou.
Albert Dickson acrescentou que a variante se tornou mais inteligente e aumentou sua amplitude. Ele também alertou para a mudança nos sintomas. “E os sintomas mudaram. Antes tínhamos perda de paladar e olfato, mas hoje os principais sintomas são garganta arranhando, espirros e dores de cabeça. Infelizmente, pelo fato de os sintomas serem mais leves, as mais pessoas vão deixando passar o tempo e o fígado vai sendo comprometido. Daí, quando se tenta usar a medicação, já de forma tardia, o fígado não funciona. O resultado é que em sete dias a pessoa vai a óbito”, lamentou.
Na sequência, o parlamentar explicou o funcionamento da cepa atual. “Nós temos observado que essa nova variante é mais transmissível, atinge mais os jovens e tem alta mortalidade. Outro ponto fundamental que eu quero destacar para vocês é que a cepa anterior tinha a tríade inflamação, infecção e trombose. Esta nova acrescentou um item, que é a parte hormonal. Ela atinge os pacientes que têm o DHT (di-hidrotestosterona) alto”, disse.
Albert Dickson falou ainda sobre a importância do tratamento precoce nesta nova fase da pandemia. “Agora nós precisamos mudar a forma de atender os pacientes. O início dos sintomas é fundamental no combate a essa nova variante. Se não tratarmos logo, ela vai atingir o fígado e, quando for utilizado o medicamento, ele não terá função, já que o órgão estará comprometido”, alertou.
Por fim, o parlamentar destacou os estudos com bloqueadores androgênicos que estão sendo realizados em Manaus.
“Eles comprovaram que, em 590 pacientes, de 12 hospitais, 92% dos pacientes que usaram a proxalutamida (remédio contra o câncer de próstata) reagiram bem à doença. Portanto, essa é a nova linha de pesquisa contra o coronavírus. Eu tenho usado medicamentos similares nos meus pacientes e tenho obtido resultados fantásticos”, contou.