SELO BLOG FM (4)

Agente socioeducativo desenvolve método de educação física no Case Pitimbu

FOTO: DIVULGAÇÃO

A prática de esportes já fazia parte da rotina dos adolescentes do Centro de Atendimento Socioeducativo – Case Pitimbu, mas desde outubro de 2021, o agente socioeducativo Antônio Washington tem trabalhado as atividades de forma sistemática com um método de treinamento que ele mesmo desenvolveu, o ECACP (Esportes Coletivos Adaptados às Condições Penais). 

Washington é mestre e doutor em Ciências da Educação, com graduações em Pedagogia e Educação Física. Ele é um dos convocados da chamada mais recente do processo seletivo para agente socioeducativo temporário da Fundase/RN. Ao chegar ao Case Pitimbu, começou a conduzir as atividades na quadra de esportes da unidade, junto com o agente Cid Soares.

Futsal, basquete, tapabol, peteca, futevôlei de linha, roda viva e hotball são os jogos desenvolvidos. O professor considerou que, na privação de liberdade, os adolescentes estão suscetíveis a baixa da imunidade, sobrepeso e alterações da pressão arterial e glicemia, devido ao sedentarismo.

“Tive que me reorganizar e rever uma série de valores metodológicos. O esporte não pode ser aplicado de uma forma simples, resumida, como acontece com as pessoas que vivem em liberdade. Os equipamentos também precisam ser bem selecionados. E ainda é preciso atenção à segurança: não podem entrar objetos pontiagudos, metais, cordas”, explicou Antônio Washington, chamando atenção também para aspectos psicológicos.

“Eles resistem a algumas práticas, porque estão acostumados apenas com o futsal, mas gradativamente vão aceitando e o trabalho vem dando resultados muito positivos. Isso me deixa muito feliz, empolgado”, completou, revelando que pretende publicar o projeto de pesquisa, que é fundamentado também nas diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

O presidente da Fundase/RN, Herculano Campos, ressalta a importância do trabalho educativo feito pelos agentes nas unidades da instituição. “O que a gente espera é que cada agente se aproprie do papel de educador que ele tem. Olhando essa atividade no Pitimbu, a gente tem a certeza de que não só é possível, como são muito bem-vindas atividades assim”, elogiou. 

“Insistimos em observar que o trabalho socioeducativo não se restringe aos cuidados com a segurança. Em que pese esses serem cuidados importantes, é fundamental pensar a socioeducação a partir das atividades educativas, tanto de caráter físico, quanto de caráter intelectual, cognitivo e emocional”, completou Herculano.

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui