
O Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, tem enfrentado limitações técnicas para o recebimento de aeronaves de grande porte, em situações de voos alternados internacionais — aqueles que precisam pousar em um aeroporto não previsto originalmente no plano de voo. Apesar disso, a Zurich Airport, empresa responsável pela administração do terminal, afirma que o aeroporto está apto a receber, quando necessário, esse tipo de voo.
Atualmente, o terminal não dispõe de um trator rebocador compatível com aeronaves da categoria E, como os modelos Boeing 787, Airbus A330 e A350, que possuem envergadura superior a 52 metros e exigem suporte específico para manobras em solo. De acordo com a concessionária, pousos de emergência ou alternados seguem operando dentro dos parâmetros de segurança estabelecidos pelas normas aeronáuticas.
Em razão da ausência do trator rebocador para pushback (deslocamento), os passageiros precisam desembarcar por meio de escadas com o apoio de ônibus, algo menos confortável que a saída pelos gates, que são as pontes de embarque. Em Natal, a empresa DNATA é a responsável pelas operações de handling – serviços prestados em solo para apoiar as operações de uma aeronave. A reportagem tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.
A Zurich explicou ainda que a baixa frequência de voos alternados operados por aeronaves widebody em Natal desestimula o investimento na aquisição do trator rebocador. Em termos operacionais, a empresa considera a escada móvel suficiente para o desembarque de passageiros nessas situações.
Ainda segundo a concessionária, a chegada desses voos alternados também não gera retorno financeiro significativo. Nesses casos, a companhia aérea paga apenas uma taxa simbólica pela ocupação do pátio, e os passageiros seguem viagem para seus destinos finais. Assim, o impacto econômico positivo sobre o turismo ou a economia local é praticamente nulo.
O aeroporto de Natal tem localização geográfica privilegiada — próxima à costa atlântica, em posição estratégica para voos que cruzam o oceano Atlântico. Um exemplo recente dessa importância estratégica ocorreu em julho de 2024, quando um Boeing 787-9 Dreamliner da Air Europa, vindo de Madri e com destino a Montevidéu, precisou pousar em Natal após enfrentar uma turbulência severa. A aeronave transportava 325 passageiros, e o incidente deixou 40 pessoas feridas. Na ocasião, mesmo sem o trator rebocador, o avião foi direcionado para uma posição remota no pátio, próximo à torre de controle, e os passageiros desembarcaram com o auxílio de escadas e ônibus.
Em auditoria operacional realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em março de 2025, o Aeroporto Internacional de Natal recebeu nota máxima. A avaliação considerou critérios como segurança, infraestrutura de pistas e pátio, capacidade da equipe técnica e atendimento aos requisitos técnicos exigidos pela autoridade reguladora.
Tribuna do Norte
