A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel está à frente de uma campanha nacional em oposição a operadora de cartões Mastercard, que anunciou reajuste de 40% em suas tarifas de intercâmbio, com vigência prevista para o dia 1º de outubro. O presidente nacional da entidade, Paulo Solmucci, publicou um vídeo detalhando os motivos da discórdia e investiu em anúncios nos principais jornais do País.
No informe publicitário veiculado pela Abrasel, Paulo Solmucci reclama do lucro abusivos dos bancos em tempos de crise e conclama o Banco Central e o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (Cade), e demais as autoridades, a pôr fim à verticalização do sistema financeiro nacional.
Leia a íntegra abaixo:
“Mastercard, pare com isto!
Aumentar em 40% a cobrança nos bares, restaurantes e lanchonetes para favorecer os bancos que emitem seus cartões é covardia conosco e com os consumidores.
Os bancos já lucraram 20% a mais no ano passado e assim tem sido em toda crise: lucros maiores a cada ano. Enquanto isso, nós e os nossos clientes, que trabalhamos duro para sobreviver nesta tormenta, que teima em não passar, pagamos a conta.
Seu maior banco parceiro promete e abaixa suas cobranças – oba!!!! – , logo em seguida vocês apresentam uma surpresa indigesta, aumentando em 40% a nossa taxa, para compensar a turma.
É taxa de marketing de bandeira, intercâmbio para os bancos, tudo aumentando. Tenha dó, né! Isso tem preço e é salgado.
Alô, alô, autoridades, Bacen e Cade, ajudem a gente aí, acabem com a danosa verticalização de nosso sistema financeiro, queremos um Brasil Novo mais justo para os que empreendem e para quem aqui vive.”
Já no vídeo divulgado por Paulo Solmucci, ele se dirige diretamente ao presidente da República, Jair Bolsonaro, pedindo ajuda para barrar o aumento. O vídeo, intitulado “Bolsonaro, ajude a gente aí – Mastercard aumenta em 40% taxa para bares e restaurantes”.
ASSISTA:
Para o presidente da Abrasel no RN, o empresário Artur Fontes, o aumento anunciado de taxa pela Mastercard vai gerar um reflexo imediato em todas as operadoras, deixando a situação insustentável. De acordo com ele, provavelmente, o próximo passo da Abrasel, se a Mastercard não recuar, é fazer uma campanha fortíssima – como já foi iniciada – que chegue até o consumidor com Mastercard na carteira, para que ele entenda e boicote.
Artur Fontes relata que já houve, inclusive, em Curitiba (PR), iniciativa de várias pessoas, donos de restaurantes, que cancelaram o seu Mastercard e pediram cartões de outras bandeiras, já iniciando uma ação. “O que nós queremos é forçar a Mastercard a recuar, como uma prova de que precisa haver uma fiscalização melhor nessa fiscalização. O que não pode são esses bancos, mais meia dúzia de operadoras de cartão, todas do mesmo banco, dominarem o mercado.”
