Na marca exata dos 800 dias após o maior vazamento de óleo do país, a investigação do governo federal está travada e ainda não conseguiu quebrar sigilos, colher depoimentos ou receber informações internacionais. A informação é do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, com base em números divulgados pelo Ministério da Defesa à Câmara dos Deputados na última sexta-feira (5).
O derramamento foi notado no litoral da Paraíba em 30 de agosto de 2019 e se espalhou para mais dez estados, inclusive, o Rio Grande do Norte, onde atingiu praias populares e muito visitadas por turistas. Pelo menos 5 mil toneladas de petróleo foram recolhidas.
Segundo o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, a Polícia Federal (PF) ainda não colheu depoimentos dos tripulantes dos três navios suspeitos. Também não conseguiu quebrar o sigilo de redes sociais dos tripulantes do navio Boubolina, um dos suspeitos, inclusive o comandante e o chefe de máquinas.
Em agosto de 2020, um ano depois do início do derramamento, a Marinha enviou à PF e ao Ministério Público Federal um inquérito administrativo. Essa apuração militar não indicou culpados ou a origem do desastre ambiental. Os três principais navios suspeitos apontados pela Marinha seguem os mesmos: Boubolina, VL Nichioh (que mudou o nome para City of Tokyo), e Amore Mio (que mudou o nome para Godam).
A Marinha aguarda há quase dois anos por uma resposta de autoridades marítimas estrangeiras. Em dezembro de 2019, a Força solicitou informações por cartas a autoridades das Ilhas Marshall, na Oceania, e da Libéria, na África. Em setembro do ano passado, novas cartas foram enviadas, mas novamente sem resultados.
Metrópoles