O projeto MPBJazz celebra 10 anos de existência e realiza a sua 7ª edição em formato virtual, nos dias 01, 02 e 03 de julho, com exibição no canal da Green Point Produções no YouTube e pela TV Universitária. A exemplo das edições anteriores, o projeto reúne artistas de Natal e de New Orleans e terá na sua programação expoentes do Jazz de New Orleans e de Natal, que irão prestar homenagens a grandes nomes da MPB. Os tributos exibem os clássicos da nossa música em releituras surpreendentes que ressoam das vozes, dos ritmos e da musicalidade dos nossos talentosos artistas potiguares.
Entre as atrações do Jazz de New Orleans que participarão desta edição estão nomes como: John Boutté, tio de Tricia Boutté que já participou duas vezes de edições anteriores do festival, que estreia nesta 7ª edição. O artista é reconhecido internacionalmente por seu estilo musical único e diversificado em que mistura o ritmo do Jazz e do Blues, ao R&B, o qual se inscreve nos subgêneros musicais, a exemplo do Soul, do Funk e do Hip-Hop. É uma das vozes masculinas mais bonitas de New Orleans, imprimindo doçura e um balanço próprio às canções. John Boutté́ iniciou a sua carreira artística na década de 1990 depois de conhecer e conviver com Stevie Wonder, cantor mundialmente conhecido. De acordo com Boutté, Wonder foi a sua grande inspiração, e, acima de tudo, o responsável para que ele ingressasse no universo da música.
Shannon Powell fará um show parte cantado, parte instrumental e acompanha duas atrações de New Orleans: John Boutée e Topsy Chapman & Solid Harmony. Powell é músico e baterista de Jazz e de Ragtime e traz no seu DNA artístico o estilo e a marca inconteste da música originalmente urdida e executada na cidade de Nova Orleans na Louisiana. Shannon Powell cresceu no histórico bairro musical e cultural de Tremé em Nova Orleans e tocou por toda Europa e Ásia em diversos shows, acompanhando sempre os grandes nomes do cenário jazzístico tais como: Ellis Marsalis, Lillian Boutté e Tommy Ridgely.
O trompetista e cantor Greeg Stafford também apresenta um show instrumental e cantado, interpretando clássicos como “All of me”. Stafford se destacou no cenário americano e no panorama internacional pela forma bastante ímpar e singular como toca e como manuseia a corneta e o trompete nas suas execuções e apresentações do tradicional e soberano Jazz Norte-americano. Stafford ensina o seu ofício musical às crianças menos favorecidas economicamente desenvolvendo um belíssimo trabalho de educação musical em diversas escolas públicas de Nova Orleans desde 1980.
Topsy Chapman, que esteve presente na 5ª edição do MPBJazz, agora participa dessa edição virtual apresentando ao público mais um integrante da Solid Harmony, seu neto Caleb Windsay, que além de um dar um show na interpretação de uma das músicas do repertório, integra a banda como trombonista. Em 2002, Chapman foi indicada como Melhor Vocalista Feminina de Jazz no conceituado Greatest of New Orleans Honors, pela revista Gambit. Sua participação em filmes é extensa, incluindo No Cross, No Crown (2009); Tradition Is a Temple: The Modern Masters of New Orleans (2013): e 12 Years a Slave (2013), ganhador de três oscars.
Os artistas potiguares que se apresentam no 7º MPBJazz fazem homenagem a grandes nomes nacionais:
Caio Padilha reuniu sua família (Maria Clara no piano; Fidja na bateria; Franklyn no baixo elétrico e Rafael Gonzaga na guitarra) para um Tributo à Edu Lobo, trazendo no repertório os clássicos atemporais, Upa Neguinho e Ponteio e Arrastão. Caio destaca a felicidade de poder reunir a família para realizar esse show: “O que dizer de Edu Lobo, não é? Edu Lobo é simplesmente parceiro Vinícius de Moraes, Torquato Neto, Capinan, Chico Buarque…. Ou seja, é o herdeiro, é a segunda geração da Bossa Nova, que trouxe aquele tempero nordestino para a Bossa Nova. E esse show é mais especial ainda porque eu vou estar em família. Então vai ser um momento único, estou muito feliz de estar registrando esse momento. ”
Chico Bethoven & Choro do Elefante apresentam um Tributo a K-Ximbinho e outros grandes nomes do choro. No repertório estão músicas como Catita e Vou Vivendo “Para mim é um prazer muito grande participar do Festival. Estou muito feliz com o convite para trazer a música brasileira em sua verdadeira essência, que é o choro. É a minha música. É a bandeira que eu levanto e eu estou muito honrado de estar aqui”, destaca Bethoven. Na banda Bethoven está acompanhado por Jubileu Filho no violão sete cordas, Deo do pandeiro, Luiz Carlos no trombone e Chumbinho no cavaco.
Josy Ribeiro exibe no Festival o balanço do seu samba – ao lado de Rafael Almeida no cavaco, Bruno Pessoa e Kelliney Silva na percussão e Jubileu Filho no violão sete cordas – em uma apresentação vibrante em homenagem à Dona Ivone Lara e à Jorge Aragão. Josy destaca a alegria de poder participar pela primeira vez do MPBJazz: “ Desde que eu recebi o convite eu fiquei ansiosa e feliz, fiquei radiante com esse convite. Valéria Oliveira me pediu para eu homenagear os ícones do samba e eu escolhi Jorge Aragão e Dona Ivone Lara porque eles são referências para qualquer pessoa que canta samba. ” Em seu repertório Josy canta clássicos como Coisa de Pele, Mas Quem Disse Que Eu Te Esqueço e Sonho Meu.
Com o show “Seduzir”, Khrystal faz um Tributo ao cantor e compositor Djavan – ao lado de Darlan Marley na bateria, Sérgio Groove no baixo e Jubileu Filho da guitarra – e destaca o quanto o mestre a inspira com a sua música: “Eu já participei de uma edição anterior do MPBJazz cantando o repertório de Elis Regina e foi um dos shows mais emocionantes da minha vida. Para esse ano eu escolhi Djavan; um nordestino lindo, que, para mim, ressignifica essa coisa de Nordeste. Ele foi uma das primeiras pessoas da música que desmistificaram isso para mim. O que é Nordeste? Nordeste pode ser o que a gente quiser. De preferência, lindo, chique, elegante, com uma sonoridade criativa, que dialoga com a música do mundo. Djavan, para mim, é esse cara. Um cara dos blues, do jazz e também dos forrós.. Djavan é um sonho estético meu, para o que eu gostaria de fazer com a minha música. Além da música Seduzir, que também é o título do seu show, Khrystal, traz para o seu repertório, Farinha, Meu Bem Querer, Quero-quero e Milagreiro.
Priscila Matos & Choro Potengi ( David Silva no pandeiro, Jonathas Marques no clarinete e Raphael Almeida no cavaco e bandolim) vão apresentar um Tributo à Chiquinha Gonzaga e à Ernesto Nazareth: “Eu estou muito feliz em participar do Festival. É a minha primeira vez. Recebi o convite de Valéria Oliveira e fiquei muito emocionada. Resolvi fazer um tributo à Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth porque eu sou pianista e cantora e como pianista, a minha área de trabalho é o Choro, que é o nosso primeiro gênero popular urbano genuinamente brasileiro. Falar do Choro não tem como não falar de Chiquinha Gonzaga que se destaca na história da cultura brasileira, além de se sobressair também, nas lutas pelas liberdades no nosso país, pelo seu pioneirismo e pela coragem porque ela enfrentou toda aquela sociedade opressora e patriarcal, criando uma profissão inédita para a mulher. A obra da Chiquinha Gonzaga é fundamental para a formação da música brasileira e Ernesto Nazareth, contemporâneo de Chiquinha Gonzaga, também foi pianista e compositor brasileiro, considerado um dos maiores nomes do nosso do nosso Choro. Ele nos deixou mais de 200 composições”. No repertório de Priscila Matos & Choro Potengi estão canções como Brejeiro, Apanhei de cavaquinho, Corta-jaca e também algumas composições não muito conhecidas da Chiquinha Gonzaga como Evoé.
A cantora e compositora Valéria Oliveira – que também é a curadora do MPBJazz – traz para a 7ª Edição do Festival os clássicos de Luiz Melodia ( ao lado de Jubileu Filho no violão sete cordas, cavaco e baixo elétrico; Ramon Gabriel na percussão; Jane Eyre no sax e flauta e Willames Costa no piano e contrabaixo vertical) em um repertório escolhido com muito carinho e desvelo.:
A artista potiguar destaca a grande admiração que tem pelo cantor: “O que me emocionou ao chegar mais perto da obra de Luiz Melodia, além dessa voz ímpar que ele tem uma voz marcante, afora as inúmeras canções que foram imortalizadas nas vozes de outros artistas, que gravaram as suas músicas, é essa capacidade que ele tem de viver a música. E como compositor é de uma liberdade gigantesca! É algo muito especial. É algo mesmo de alguém que viveu a sua cidade, o seu tempo, o universo do samba, a tradição. A modernidade de alguém que conseguiu reunir em sua obra referências como as do blues, do jazz, do samba canção, do Choro ou seja, a conglobação entre a tradição e a contemporaneidade. ” No repertório estão clássicos como “Pérola Negra”, “Fadas”, “Magrelinha”, “Decisão”, entre outros.
O MPBJazz é uma realização da Green Point Produções, em parceria com o 504 Experience de New Orleans, o Museu do Jazz de New Orleans e Valéria Oliveira Produções e conta com o Patrocínio da Prefeitura do Natal, Lei Djalma Maranhão, Unimed Natal, HC Cardio, Lei Aldir Blanc, Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal e com o apoio da TV da Rádio Universitária e CePCLIN, em parceria com o laboratório DNA Center, na testagem dos artistas de Natal.