Faltam apenas dois dias para o pleito de 2022, marcado para o próximo domingo (2.out). Historicamente, a divulgação de notícias falsas aumenta ainda mais no período de 48h antes das eleições. É o que explica o professor e consultor em marketing eleitoral, Marcelo Vitorino.
O marqueteiro também alerta para o risco que a desinformação pode oferecer não apenas para o candidato, mas para o eleitor. “Notícias falsas, quando consumidas pela população, acabam por produzir um resultado falso. Ou seja, quando o eleitor elege um candidato por mentira, ele tem um candidato de mentira”, diz.
O termo fake news se popularizou mundialmente em 2016, durante a corrida eleitoral para presidente dos Estados Unidos. À época, eleitores do republicano Donald Trump compartilharam diversas notícias falsas sobre a democrata Hillary Clinton, na intenção de prejudicar a campanha e a integridade da candidata.
No Brasil, o termo ganhou mais força nas eleições de 2018, quando Jair Bolsonaro (PL) e Fernando Haddad (PT) lideraram a disputa pelo Planalto. Uma das notícias falsas que marcaram aquele ano foi a de uma suposta “mamadeira” que simulava um órgão genital masculino. Quem compartilhava a desinformação afirmava que o objeto seria distribuído nas escolas pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Bolsonaritas também foram os responsáveis por propagar a informação falsa de que um suposto “kit gay” seria entregue a estudantes. Durante a campanha, Bolsonaro, então candidato ao Planalto, chegou a afirmar que o livro “Aparelho Sexual e Cia — Um guia inusitado para crianças descoladas”, do suíço Phillipe Chappuis, fazia parte do “kit”.
Em 2022, as notícias falsas ainda se fazem presentes, mas com outros recortes. Um dos principais alvos da desinformação, agora, é a urna eletrônica. De acordo com a página “Fato ou Boato”, da Justiça Eleitoral, criada com o objetivo de checar informações neste período, diversos são os boatos sobre o aparelho de totalização dos votos.
Algumas das informações falsas compartilhadas nas redes, segundo o TSE, são: equipamento seria igual desde 1996, urna eletrônica registra o que quer e contagem dos votos é feita de maneira secreta, mesários poderiam “abrir o sistema” com a senha e “descarregar votos” nos candidatos de sua preferência.
Para frear a propagação deste tipo de conteúdo, uma série de ações foram colocadas em prática pelo TSE, em conjunto com as redes sociais. Em fevereiro deste ano, a Corte e representantes de oito redes sociais assinaram um acordo com o objetivo de combater a disseminação de informações falsas durante o período eleitoral.
A parceria foi firmada com as plataformas digitais Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai, operantes no Brasil. Por meio do acordo, que envolve funcionalidades e público-alvo individuais, as redes sociais deverão se comprometer a priorizar informações oficiais.
Os termos de cooperação não envolvem troca de recursos financeiros e não acarretam qualquer custo ao Tribunal. As medidas a serem colocadas em prática devem ocorrer inclusive após o período eleitoral, até 31 de dezembro de 2022.
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