O mês de março de 2017 ficará marcado na história da forte crise que afeta o setor automotivo por ter interrompido uma sequência de números negativos. Considerando o total de carros e comerciais leves, foram 183.850 unidades vendidas, ante 132.398 de fevereiro, o que representa uma alta de 38,9%, um alento para reduzir a diferença do acumulado do primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016.
Nos três primeiros meses do ano foram contabilizadas 459.806 unidades, ante 465.026 entre janeiro e março do ano passado. Confira abaixo quais foram os carros menos vendidos no Brasil, de acordo com os números divulgados pela Fenabrave.
Hatch de entrada: Fiat Uno – 7.518 unidades
Depois que o Mobi começou a ser vendido, as vendas do Uno caíram. Ambos compartilham diversos componentes, mas o primeiro é mais em conta, apesar de menos sofisticado. Pela posição que o Uno se encontra no ranking de vendas atualmente, mesmo com as recentes mudanças, em setembro último, quem procura um compacto da Fiat não se importa muito com a sofisticação extra do Uno na comparação com o Mobi e se concentra na questão da diferença de preço. Além disso, o Uno tem fortes rivais no mercado, como GM Onix, Hyndai HB20 e Ford Ka.
Hatch compacto: Chery Celer – 91 unidades
A baixa produção e pequena rede de concessionárias estão entre os fatores que atrapalham a vida do modelo da marca chinesa no Brasil, que planeja uma virada com o lançamento do SUV Tiggo 2, ainda no primeiro semestre do ano. No caso do compacto, a concorrência da marca tradicionais e a desvalorização também contribuem para as baixas vendas.
Hatch médio: Volvo V40 – 54 unidades
O segmento de hatches médios está encolhendo no Brasil. E apesar do modelo sueco ter suas qualidades, está no final do ciclo de vida e também conta com uma lista de rivais de peso. Entre os modelos premium, há BMW Série 1, Audi A3 e Mercedes Classe A, todos partindo acima de R$ 120 mil. Na parte mais modesta da tabela, a dupla Ford Focus e VW Golf lidera as vendas. Ainda sobre o Volvo, a alta desvalorização e o custo de manutenção também estão entre os fatores que atrapalham as vendas.
Sedã Pequeno: Chery Celer Sedan – 64 unidades
Outro segmento em que as marcas tradicionais acabam sendo as mais procuradas, deixando as menos conhecidas de lado. Dentro desse contexto, o sedã da marca chinesa quase desaparece. Ainda precisa evoluir para começar a entrar na briga com os rivais com mais força. Itens como nível de ruído, precisão dos comandos e qualidade de acabamento deixam a desejar.
Sedã Compacto: Ford Fiesta – 43 unidades
Eis um bom carro que vende pouco. Como vem o México e está prestes a mudar, deixou de ser importado, pelo menos por enquanto. O que foi vendido no trimestre é de estoque antigo. Conta com um conjunto bem acertado, vem com uma boa lista de itens de série, anda bem e tem estilo arrojado. Deverá voltar a ser oferecido no Brasil até o fim do ano, junto com a versão hatch renovada.
Sedã Médio: Peugeot 408 – 243 unidades
No terreno de sedãs médios as vendas se concentram em três modelos: Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Cruze. No caso do modelo da marca francesa, fatores como base antiquada e oferta reduzida (sobrou apenas uma versão, a Business 1.6 THP), explicam em parte o motivo do baixo volume de vendas. O motor 1.6 turbo flex, de 173 cv, que funciona com câmbio automático de seis marchas, é o ponto mais interessante do carro.
Sedã Grande: Hyundai Azera – 25 unidades
Já teve seus dias de glória no Brasil, mas agora quase sumiu do cenário, prejudicado pela política de impostos cobrados de modelos importados, entre outros fatores, como a forte concorrência das marcas alemãs de prestígio, como BMW, Mercedes e Audi em um segmento em que o status é um fator relevante. Já mudou no país de origem e ainda não há previsão de quando o modelo novo chegará ao mercado brasileiro.
Perua Compacta: Volkswagen SpaceCross – 29 unidades
Uma perua com apelo aventureiro sofre duplamente no Brasil. Isso porque esse tipo de modelo familiar está em extinção no País, que também recebe a onda de lançamentos de SUVs, segmento que já representa quase 20% das vendas totais. O alto preço também contribui com as baixas vendas. Parte de R$ 85.103, valor suficiente para levar uma série modelos mais interessantes.
Perua Média: Audi A6 Allroad – 1 unidade
Infelizmente, quase ninguém ousa a comprar uma perua média no Brasil depois que os SUVs invadiram o mercado. E o modelo da Audi é quase impossível de ser visto nas ruas por aqui. Entre janeiro e março, o modelo mais vendido do segmento foi a VW Golf Variant, com 150 unidades, seguida pela Audi A4 Avant, com 34 e a Volvo V60, com 16, apenas.
Utilitário Esportivo: Range Rover – 115 unidades
Entre os SUVS de luxo, o sofisticado (e caro) modelo da marca inglesa chega superar R$ 1 milhão na exclusiva versão Autobiography LWB 5.0 V8. O nível de sofisticação inclui itens como bancos individuais revestidos de couro nobre e perfurado que têm programas de massagem, aquecimento e resfriamento. Há também som com 1.700 watts e 29 alto-falantes como parte de uma lista enorme de equipamentos
Picape Compacta –Chevrolet Montana – 3.592 unidades
Precisa de novidades para voltar a ter apelo diante das fortes rivais Fiat Strada e Volkswagen Saveiro. Recebeu apenas ajustes no motor em agosto ultimo e continua com a mesma frente do hatch Agile, que deixou de ser vendido no Brasil em setembro de 2014. Foi mostrada na versão conceitual Activ no Salão do Automóvel, no São Paulo Expo, em novembro. E pode ganhar mais novidades em breve.
Picape Média: Nissan Frontier – 1.040 unidades
Acaba de mudar de geração no Brasil e ainda não entrou na briga para valer com as principais rivais Chevrolet S10, Toyota Hilux e Ford Ranger. Começou a ser importada do México, mas passará a vir da Argentina, a partir do ano que vem, com a mesma base da Renault Alaskan e da Mercedes-Benz Classe X, ambas também previstas para serem vendidas por aqui.
Monovolume: Mercedes-Benz Classe B – 17 unidades
Exceto pelo Honda Fit, o segmento de monovolumes no Brasil tem volumes de vendas bastante baixos, o que também de explica, pelo menos em parte, pela preferência pelos SUVS. No último lugar do ranking do segmento está o bom Mercedes Classe B200, que tem um bom conjunto, mas pouco oferta nas lojas.
Minivan: JAC J6 – 22 unidades
Segmento pouco procurado no Brasil, dominado com folga pela Chevrolet Spin, que detém nada menos que 98% das vendas. Correndo por fora, o carro da marca chinesa tenta conquistar quem reluta em levar uma Spin para casa com seu desenho mais bem resolvido e pelo custo-benefício relativamente atraente.