Bolsonaristas espalham boato de que tornozeleira de Bolsonaro tinha césio-137, mas informação é falsa

É falsa a informação que a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha sido contaminada por césio-137.
A alegação, que circula em publicações nas redes sociais, não tem qualquer respaldo técnico ou factual.
De acordo com o contrato firmado com o governo e informações do fabricante, o dispositivo é feito com materiais atóxicos e hipoalergênicos, não contendo metais perigosos ou radioativos.
Uma das postagens enganosas traz fotos do ex-presidente supostamente em atendimento hospitalar, do médico Antonio Luiz Macedo e de ambulâncias do Samu, acompanhadas da frase: “Confirmado. Tornozeleira envenenou Bolsonaro com césio-137”.
No entanto, nenhuma explicação acompanha a acusação, apenas a descrição do que seria o césio-137.
Uma das postagens falsas no Facebook ultrapassou 1.800 compartilhamentos, e vídeos no TikTok acumulam comentários de usuários acreditando na mentira e pedindo orações pelo ex-presidente.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) afirmou ao UOL que não há registros de problemas de saúde provocados por tornozeleiras eletrônicas no sistema penitenciário. Segundo o órgão, o aparelho é fabricado com insumos que não oferecem riscos à saúde.
As tornozeleiras utilizadas no DF são fornecidas pela UE Brasil Tecnologia. A empresa informa que o dispositivo é produzido com borracha, fibra ótica e outros materiais hipoalergênicos.
O contrato com a secretaria determina que o equipamento deve preservar a integridade física do usuário e não conter substâncias tóxicas.
O novo boato se aproveita do temor público em torno do césio-137, substância radioativa que causou o grave acidente de Goiânia, em 1987, quando quatro pessoas morreram e milhares foram expostas à radiação após a abertura de um aparelho de radioterapia abandonado.
Contexto
Em 22 de novembro, o ministro Alexandre de Moraes transformou a prisão domiciliar de Bolsonaro em prisão preventiva, depois de o ex-presidente tentar romper a tornozeleira com um ferro de solda.
Em audiência no dia seguinte, Bolsonaro afirmou ter tido “alucinações” antes da tentativa de violação. No dia 25, Moraes determinou o início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses pelo envolvimento na tentativa de golpe.
UOL








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