Camila Araújo diz que suspensão de votação da cassação de Brisa foi “uma melhora da morte”

A vereadora Camila Araújo (União Brasil) classificou, nesta terça-feira (18), a suspensão da sessão que votaria a cassação de Brisa Bracchi (PT) como “uma melhora da morte”. A declaração foi dada durante entrevista ao programa 12 em Ponto, da 98 FM Natal, após decisão judicial determinar o adiamento da votação que estava prevista para a manhã de hoje.
Segundo Camila, a decisão do Tribunal de Justiça do RN apenas postergou um desfecho que, na avaliação dela, permanece praticamente definido: a perda do mandato da parlamentar.
“A diferença de ter passado para o dia seguinte é aquilo que nós costumamos dizer: quando alguém já está na UTI, é aquela melhora da sucubência, da morte. Você só adiou mais um dia para a sentença final. Isso não vai mudar”, afirmou.
A vereadora disse acreditar que os parlamentares já inclinados a votar pela cassação estão “ainda mais instigados” após a suspensão. Questionada sobre a quantidade de votos, Camila afirmou que há cerca de seis vereadores que declararam publicamente voto favorável à cassação, mas que a base pró-cassação pode chegar aos 20 necessários para aprovar o afastamento de Brisa. “Eu suponho que tenha, mas eu não posso falar por cada um deles”, disse.
Camila criticou ainda a estratégia da defesa da petista, que pediu a suspensão da sessão alegando falta de notificação prévia. Para ela, a manobra buscou apenas ganhar tempo. “Essa tentativa de postergar as 24 horas… Quem está decidido a votar ‘sim’ hoje vai votar ‘sim’ amanhã. O tempo não vai mudar isso”, declarou.
A vereadora também comentou o embate jurídico envolvendo o caso. Segundo ela, há um “embrólio de interpretação” entre o Regimento Interno da Casa e o Decreto-Lei 201/67, que estabelece prazo de 24 horas para a votação em plenário após a conclusão do relatório. Camila afirma que todo o processo da Comissão Especial seguiu o Regimento Interno, mas que, na etapa final, aplicou-se o decreto — o que gerou a controvérsia que levou à judicialização.
“A jurisprudência é pacífica no sentido de que se escolhe uma legislação ou outra. Não existe salada de frutas, pegar um trecho de uma lei e misturar com outra. No caso, os prazos do processo seguiram o Regimento, mas, no fim, aplicou-se o decreto”, explicou.
Camila também destacou que o processo está sob segredo de Justiça, após a defesa de Brisa ingressar com pedido na noite de segunda-feira (17). “Nós precisamos falar aqui que o processo está tramitando em segredo de Justiça. Você não sabe quais são as alegações que foram apresentadas”, afirmou.
A nova data para a votação ainda não foi definida e dependerá da manifestação da Justiça. Enquanto isso, a vereadora Brisa segue afirmando que é alvo de perseguição política e que não houve qualquer irregularidade no uso dos R$ 18 mil destinados ao evento cultural “Rolé Vermelho – Bolsonaro na Cadeia”.
Portal 98 FM







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