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Categoria: agosto 19, 2025

‘Esse sujeito está adoecendo as pessoas’, diz presidente do Cremern sobre fiscalizações de Faustino

FOTO: CMN

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern), Marcos Jácome, criticou duramente, nesta segunda-feira 18, a atuação do vereador de Natal Matheus Faustino (União). Em discurso realizado durante reunião da Comissão de Saúde da Câmara, Jácome acusou o parlamentar de usar a justificativa da fiscalização para atacar profissionais de saúde em seus ambientes de trabalho.

“Outro vereador desta Casa utiliza a palavra ‘fiscalização’ para esculhambar com as pessoas. Essa não é atividade de um vereador que quer o bem da saúde deve atuar. Esse sujeito está adoecendo as pessoas que trabalham nas unidades de saúde. Ele não pode continuar fazendo isso. Ele está cometendo um crime, dizendo que está fazendo fiscalização”, afirmou Marcos Jácome.

Faustino não integra a Comissão de Saúde e, por isso, não estava presente. Desde que assumiu o mandato, em janeiro, ele tem percorrido unidades de saúde para fiscalizar a oferta de serviços e o trabalho dos profissionais. Ele tem sido acusado de fazer abordagens vexatórias, que são publicadas em vídeo nas redes sociais.

Em seu discurso, Marcos Jácome elogiou o trabalho da Comissão de Saúde, dizendo que os vereadores da comissão atuam de forma séria e responsável, com relatórios voltados para melhorias no atendimento. Os integrantes da comissão são: Camila Araújo (União), Luciano Nascimento (PSD), Herberth Sena (PV), Cleiton da Policlínica (PSDB) e Cláudio Custódio (PP).

“Queria fazer um paralelo da ação dos senhores, que é perfeita, que é legal, que é buscando benefício de fato, organizada, planejada. Isso é fiscalização. Isso é o que a população e os funcionários da saúde atuantes precisam, de ver-se num ambiente valorizado”, disse o presidente do Cremern.

Ele afirmou que a prática de alguns vereadores, ao expor servidores de forma vexatória, não contribui para a melhoria do sistema. “Quem gosta da saúde, quem prevê que a saúde deve estar melhorando, não pode adoecer ninguém”, completou.

Ação na Justiça Federal
Em abril, o Cremern acionou a Justiça Federal contra Faustino. No entanto, não obteve decisão favorável. No fim do mês passado, a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) negou, por maioria de votos, um recurso apresentado pelo Conselho. A primeira instância da Justiça Federal no Rio Grande do Norte já havia rejeitado o pedido em abril.

O recurso do Cremern buscava proibir o parlamentar de realizar visitas fiscalizatórias, registrar imagens dos locais e divulgar os conteúdos nas redes sociais, além de impedir a presença de seus assessores durante as diligências.

No processo, o Conselho Regional de Medicina pedia que o vereador Matheus Faustino só fosse autorizado a fazer ações de fiscalização de maneira coletiva, ou seja, junto com outros vereadores – em nome da Câmara Municipal ou de alguma comissão. E mesmo assim, que não fossem feitas gravações de áudio e vídeo injustificadas.

No entanto, na decisão, a 4ª Vara Federal do RN – que teve a decisão seguida pelo TRF-5 – argumentou que tanto a Lei Orgânica do Município de Natal quanto o Regimento Interno da Câmara Municipal garantem aos parlamentares o livre acesso a órgãos da administração direta e indireta. A análise também foi reforçada por entendimentos firmados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconhece a abrangência da imunidade parlamentar no exercício das funções fiscalizatórias no território municipal.

A decisão menciona que, em grande parte das ocasiões, o vereador estava acompanhado por funcionários das próprias unidades, o que indica conhecimento e aparente autorização da sua presença.

A Justiça também reconheceu que os vídeos veiculados pelo parlamentar, apesar de conterem críticas, não apresentaram conteúdo sensacionalista ou vexatório. Pelo contrário, as imagens revelaram precariedades estruturais das unidades de saúde, confirmadas, inclusive, por relatos de profissionais que trabalham nos locais visitados.

Agora RN

Vereador de Natal teme que petista gaste R$ 1 milhão em verbas públicas com militância: “Já pensou se isso é legalizado?”

FOTO: REPRODUÇÃO

A sessão ordinária da Câmara Municipal de Natal (CMN) desta terça-feira (19) foi marcada por críticas do vereador Matheus Faustino (União) à colega Brisa Bracchi (PT). Durante seu discurso, o parlamentar alertou para o risco de que o uso de verbas públicas para financiar eventos de caráter político-partidário possa se tornar recorrente.

“Se a gente der legitimidade, vamos banalizar a ideia de fazer eventos para militância com dinheiro público. Cada vereador aqui vai ter R$ 1 milhão para destinar em emendas ano que vem. Já pensou se isso for legalizado, pegar esse dinheiro a financiar nossa militância dos nossos partidos”, afirmou Faustino em plenário.

A fala acontece após o próprio vereador ter protocolado, na segunda-feira (18), um pedido de cassação do mandato de Brisa Bracchi junto ao presidente da CMN, Ériko Jácome (MDB), por suposta quebra de decoro parlamentar. A petista destinou R$ 18 mil de emenda impositiva para financiar o evento “Rolê Vermelho”, realizado em 9 de agosto, que comemorava a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o pedido, o caso configuraria violação à Constituição (art. 37), improbidade administrativa (Lei nº 8.429/1992) e afronta ao Regimento Interno da Câmara. “Não podemos admitir que dinheiro público seja usado para festas político-partidárias. É desvio de finalidade e falta de decoro”, denunciou Faustino.

De acordo com documentos anexados, os valores custearam apresentações artísticas:

R$ 15 mil para a cantora Khrystal e banda;

R$ 2,5 mil para a banda Skarimbó;

R$ 500 para o DJ Augusto.

Além disso, o evento contou com R$ 31 mil destinados pela ex-vereadora Ana Paula (PT) para a contratação da cantora Tanda Macedo, elevando o gasto total para R$ 49 mil.

Faustino destacou que o “Rolê Vermelho” foi amplamente divulgado como comemoração à prisão de Bolsonaro, inclusive em vídeo gravado pela própria Brisa Bracchi e pela deputada estadual Isolda Dantas (PT), o que reforçaria, segundo ele, a natureza político-partidária do evento.

O pedido de cassação será analisado pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da CMN, composta pelos vereadores Tony Henrique (PL), presidente; Chagas Catarino (União Brasil), vice-presidente; e Daniel Valença (PT), membro.

Faustino também solicitou que o caso seja encaminhado ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) para apuração de possível prática de improbidade administrativa e peculato-desvio, além da condenação de Brisa à perda do mandato.

Portal 96 FM

Luciano Hang anuncia investimento bilionário em megalojas e expansão para todo Brasil

FOTO: DIVULGAÇÃO

O empresário brusquense Luciano Hang anunciou que investirá quase R$ 2 bilhões até 2026 na Havan. O dinheiro irá para compra de terrenos, construções de mega lojas e para o Centro de Distribuição, em Barra Velha.

A Havan pretende encerrar 2025 com 190 lojas e no ano seguinte, quando completa 40 anos, o objetivo é atingir a marca de 200 unidades. A marca quer estar presente em todos os estados do Brasil, sendo que atualmente Amapá, Ceará e Roraima ainda não possuem a varejeira.

Conteúdos em alta

“A gente vai fazer com que a Havan, cada vez mais, seja uma empresa que encanta as pessoas. Como sempre falo, nós queremos pensar como cliente e oferecer uma experiência única. Queremos encantar os clientes e nós acreditamos que é dessa forma que a Havan vai continuar crescendo”, diz Hang.

Luciano Hang já anunciou investimento de R$ 250 milhões em centro de distribuição
Um investimento de R$ 250 milhões já foi divulgado recentemente para o Centro de Distribuição de Barra Velha, um dos maiores e mais tecnológicos da América Latina. O local sairá de 200 mil m² de área construída para 250 mil m².

Segundo a Havan, a reforma inclui a compra de um transelevador de última geração, visando um crescimento em sufocar a logística. As obras já estão acertadas e começarão ainda neste ano.

A empresa destaca que isto impacta diretamente na economia de Barra Velha. Há 15 anos, a cidade contava com 20 mil habitantes e hoje se aproxima das 60 mil pessoas, se tornando um dos municípios que mais crescem no país, com qualidade de vida e geração de empregos.

NDMais

Terceirização na saúde de Natal é medida temporária para dar resposta rápida aos problemas, diz secretária

FOTO: ELPÍDIO JUNIOR

A secretária adjunta de Saúde de Natal, Sandra Raíssa Fernandes, afirmou que a adoção de contratos com organizações sociais (OSs) não significa a terceirização definitiva dos serviços de saúde no município. A declaração foi dada em reunião da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Natal nesta segunda-feira 18, em debate sobre a contratação de médicos.

“Nós não temos intenção de terceirizar a saúde, nem muito menos de fazer disso uma situação ad aeternum (para sempre) de jeito nenhum”, disse Sandra, ao justificar que a medida é necessária diante do déficit de profissionais e da urgência em garantir a continuidade dos atendimentos.

A atual gestão municipal tem acelerado contratos de terceirização na saúde. Os casos mais simbólicos são os das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que serão administradas por OSs a partir de setembro. A Prefeitura diz que vai economizar recursos ao transferir a gestão para essas entidades.

Segundo a secretária, a gestão municipal precisou recorrer às OSs como forma rápida de garantir abastecimento, manutenção e pessoal nas unidaes. “Nós precisamos dar uma resposta rápida e, infelizmente ou felizmente, essa foi a maneira que nós encontramos de dar a resposta mais rápida, com manutenção das unidades que serão administradas, com abastecimento de insumos e equipamentos e com a gestão de saúde que temos enfrentado”, explicou.

Ela disse, ainda, que os contratos serão monitorados, para avaliar a relação custo-benefício. “Nós não vamos terceirizar a saúde (em definitivo). Precisamos do voto de confiança, não só dos servidores, mas também dos sindicatos que os representam”, apelou Sandra.

Sandra reforçou que a prioridade da administração é fortalecer a rede própria, com concursos públicos e valorização dos servidores. No entanto, ela destacou que esse processo demanda tempo e depende da capacidade de investimento da Prefeitura.

A secretária informou que a gestão já prepara um processo seletivo simplificado, previsto para ser lançado até setembro, que servirá para substituir cerca de 902 contratos temporários da pandemia, que expiram em dezembro deste ano.

Ela lembrou ainda que o último concurso da saúde, realizado em 2018, não cobriu todas as necessidades identificadas. “Do levantamento que fizemos, do RH que precisávamos, até a conclusão do concurso, nós tínhamos 33% de necessidade que não foi coberta”, afirmou.

Sandra também destacou que a atual equipe assumiu a Secretaria Municipal de Saúde há apenas quatro meses e herdou um cenário de precariedade. “Nós vimos, ao longo dos tempos, passando por uma situação muito difícil, uma situação de muita desvalorização do profissional, e isso não é só nosso”, disse.

Ela apontou que a atenção primária foi se deteriorando ao longo dos anos, o que levou a população a buscar atendimento direto nas UPAs e policlínicas. “A grande maioria dos nossos atendimentos hoje nas UPAs são verde e azul, ou seja, consequência da falta de estrutura e da falta de procura à atenção primária”, explicou, em referência aos casos de baixa gravidade.

A secretária relatou que, ao assumir, a nova gestão encontrou o Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF) com apenas 33% de medicamentos em estoque. Atualmente, o abastecimento subiu para 68%. Também citou problemas acumulados de infraestrutura:

“Falta de estrutura física, falta de manutenção nas unidades básicas, porque há muito não se faziam obras realmente de reforma nas unidades básicas. A população foi crescendo e as unidades básicas não acompanharam.”

Agora RN

Polícia desentoca ‘job’ suspeita de dopar turistas ingleses em Ipanema

FOTO: DIVULGAÇÃO

A Polícia Civil prendeu, nessa segunda-feira 18, uma das suspeitas de aplicar o golpe conhecido como “Boa Noite, Cinderela” em dois turistas ingleses em Ipanema, na Zona Sul. Amanda Couto Deloca estava escondida em uma casa no bairro Nova Campina, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As vítimas alegam que tiveram um prejuízo superior a R$ 120 mil.

De acordo com a Polícia Civil, agentes da 62ª DP (Imbariê) encontraram a mulher em trabalho conjunto com a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), responsável pela investigação. As informações são do Meia Hora.

Ela e duas comparsas foram indiciadas pelos crimes de roubo qualificado e associação criminosa. As investigações seguem para localizar as outras envolvidas.

O crime

Vídeos mostram o turista britânico desacordado na areia da praia, na altura do Posto 9. Três mulheres são consideradas suspeitas. As imagens começaram a viralizar nas redes sociais na noite do dia 8. Um homem passava pela Avenida Vieira Souto e gravou o momento em que a vítima, já desorientada, cambaleou pelo calçadão até cair com o rosto na areia da praia.

O autor da gravação também conseguiu filmar as suspeitas entrando em um táxi e fugindo logo em seguida. Elas teriam seguido para a Lapa, Região Central do Rio.

Quem são as suspeitas

Uma das suspeitas identificadas é Rayane Campos de Oliveira, de 27 anos. Ela possui cerca de 20 anotações pelo mesmo crime. No ano passado, chegou a ser presa e condenada a seis anos de prisão, mas sua defesa recorreu pedindo a absolvição e liberdade, o que foi aceito por desembargadores da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).
Além de Rayane, também são suspeitas Amanda Couto Deloca, de 23, e Mayara Ketelyn Americo da Silva, de 26.

Meia Hora

MPRN adere à campanha “A Rua Não é Escolha” para fortalecer direitos da população em situação de rua

FOTO: EBC

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) aderiu à campanha “A Rua Não é Escolha” desenvolvida em alusão à Semana Nacional de Luta da População em Situação de Rua. A campanha ocorre no período de 18 a 22 de agosto e prevê uma série de iniciativas institucionais além de publicações com posts informativos nas redes sociais do órgão ministerial.

O objetivo da iniciativa é jogar luz sobre a temática da população em situação de rua bem como combater estigmas e destacar direitos fundamentais como moradia, alimentação e saúde. A campanha foi iniciada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) a pedido do Grupo Nacional em Apoio Comunitário, Participação e Inclusão Sociais, e Combate à Fome (GNA-Social).

Por sua vez,o MPRN, como membro integrante GNA-Social aderiu a campanha buscando sensibilizar a sociedade potiguar e fortalecer o debate sobre a importância da inclusão social e da dignidade humana. Acompanhe o perfil do Ministério Público do Rio Grande do Norte nas redes sociais e confira os conteúdos da ação.

Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua

O dia 19 de agosto é uma data simbólica que representa direitos violados, uma vez que a data homenageia as vítimas do “Massacre da Sé”, ocorrido em 2004 na cidade de São Paulo. O caso ganhou notoriedade pela violência, pois sete pessoas em situação de rua foram brutalmente assassinadas enquanto dormiam na Praça da Sé, fato que mobilizou a sociedade civil e gerou repercussão internacional.

Diante da gravidade do episódio, foram impulsionados movimentos em defesa dos direitos humanos e da inclusão social, resultando na criação de políticas públicas, como o Decreto n.º 7.053/2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua.

GNA Social

O Grupo Nacional em Apoio Comunitário, Participação e Inclusão Sociais, e Combate à Fome (GNA-Social) foi criado em junho de 2024 como parte integrante do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH) para pautar o debate institucional sobre a atividade fim junto a temáticas como defesa dos direitos econômicos, culturais, sociais e ambientais.

CREMERN confirma morte de criança durante bloqueio de leitos de UTI no Maria Alice Fernandes

FOTO: ROBESON DANTAS

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern) confirmou, em nota divulgada nesta terça-feira (19), a morte de uma criança em decorrência da falta de leitos de UTI no Hospital Maria Alice Fernandes, na Zona Norte de Natal. O caso teria ocorrido no dia 7 de agosto, segundo prontuário médico e declaração de óbito.

A manifestação do Conselho ocorre após o secretário estadual de Saúde, Alexandre Motta, afirmar que não havia registro de óbito de criança por falta de UTI nos sistemas da Sesap e solicitar, em ofício, que o Cremern apresentasse detalhes sobre o caso.

O órgão informou que instaurou um procedimento administrativo de sindicância para apurar os fatos e ressaltou que, por se tratar de processo sigiloso, mais informações só poderão ser divulgadas após a conclusão das investigações. “As informações sobre o caso serão, inclusive, levadas ao conhecimento da Ação Civil Pública referente aos leitos de UTI, em razão da gravidade dos fatos”, destacou o Conselho.

O Cremern também afirmou que não recebeu, até o momento, notificação oficial da Sesap sobre o pedido de esclarecimento.

Bloqueio de leitos

O Hospital Maria Alice Fernandes, referência em alta complexidade pediátrica e neonatal, chegou a ter sete leitos de UTI bloqueados no início de agosto por falta de insumos. O fechamento foi alvo de ação conjunta do Cremern, da Defensoria Pública e do Ministério Público, que pediram a reabertura na Justiça.

A Justiça Federal determinou prazo de 48 horas para que o Governo do Estado e a Sesap reabrissem os leitos, decisão cumprida na sexta-feira (15). Em nota, a Sesap informou que a reativação ocorreu após aquisição emergencial de insumos, empréstimos de unidades da rede estadual e apoio de hospitais da Paraíba e de Natal.

O Cremern concluiu a nota reafirmando seu compromisso com a defesa da saúde e da vida da população e declarou que acompanhará de perto a apuração sobre o caso.

Portal da Tropical

Agenda pró-aborto: Lula revoga decreto que protegia crianças desde a gestação

FOTO: DIVULGAÇÃO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogou um decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que protegia os direitos das crianças, desde a gestação. A ação foi percebida por especialistas como avanço silencioso do governo na agenda pró-aborto, já que a revogação não foi amplamente divulgada e um novo decreto (12.574/2025) foi assinado pelo petista sem usar os termos “gestação” ou “nascimento”.

O novo decreto estabeleceu a Política Nacional Integrada da Primeira Infância (PNIPI), que promete garantir proteção, desenvolvimento e direitos das crianças de zero a seis anos. No entanto, não faz nenhuma referência a respeito da proteção dada à criança no período anterior ao nascimento.

O programa foi lançado no dia 5 de agosto pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo presidente Lula durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF).

“Movimento gravíssimo”, diz especialista em direito infantil

“Estamos diante de um movimento sutil, porém gravíssimo, de instrumentalização jurídica para o avanço de uma agenda abortista no Brasil”, alerta o advogado Gabriel Carvalho de Jesus.

Especialista em direito das crianças, ele aponta que excluir o nascituro das diretrizes de proteção pública é negar, por decreto, seu “reconhecimento como vida digna de tutela estatal”. Além disso, aponta que a falta de referências à proteção da vida humana desde a concepção transmite uma compreensão de que o ser humano somente seria portador de direitos e merecedor de garantias após o parto.

“Sob a ótica dos direitos humanos, tal concepção é incompatível com o princípio fundamental de que a dignidade da pessoa humana é inerente a todo indivíduo pelo simples fato de pertencer à espécie humana”, aponta o especialista. “A vida intrauterina e a extrauterina são igualmente dignas, e a exclusão de uma delas do âmbito protetivo estatal representa um retrocesso ético e jurídico”, continua.

“Estamos diante de um movimento sutil, porém gravíssimo, de instrumentalização jurídica para o avanço de uma agenda abortista no Brasil”, afirma Gabriel Carvalho.

O que diz o novo decreto assinado por Lula

No decreto, foi estabelecida a “proteção integral das crianças”, com garantia à vida, ao cuidado, à saúde e à educação, por exemplo. Também é citada a proteção e defesa “contra o abuso, o racismo e as diversas formas de discriminação e violência”, pontuando que cada criança tem direito a “viver com dignidade”.

No entanto, o advogado Gabriel Carvalho de Jesus aponta que não há qualquer indício no documento de que essas garantias sejam válidas aos bebês no ventre materno, como proteção contra o aborto, o que sugere a retirada da proteção ao nascituro de uma das mais importantes políticas públicas do país voltadas à infância.

“Isso fragiliza o reconhecimento do direito à vida e à proteção integral da criança em seu estágio mais vulnerável”, afirma o especialista, ao apontar que “ainda há no Brasil leis que protegem a vida desde a concepção, mas estão pavimentando o caminho para facilitar o aborto”, alerta.

A Gazeta do Povo entrou em contato com o governo Lula questionando a retirada dos termos “gestação” e “nascimento” do decreto, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Oposição denuncia decreto de Lula e tenta sustar a medida

Enquanto isso, parlamentares de oposição se mobilizam para sustar os efeitos do Decreto nº 12.574/2025, publicado por Lula. De acordo com a líder da Minoria na Câmara, Carol De Toni (PL-SC), a ação é necessária, pois, ao retirar a proteção “desde a gestação”, o governo ataca o direito à vida antes mesmo do nascimento e abre brechas para a legalização do aborto.

Ela também denuncia que foram inseridos conceitos ideológicos sobre gênero na Política Nacional Integrada da Primeira Infância (PNIPI) por meio da inclusão do termo “interseccionalidade de gênero” no texto.

De acordo com a parlamentar, essa é uma brecha para incluir ideologia de gênero e debates sobre identidade sexual para crianças de 0 a seis anos. “É o velho modus operandi da esquerda: eles mudam uma frase aqui, um conceito ali, e de repente derrubam direitos fundamentais”, afirmou.

Gazeta do Povo