FIERN: ‘É preciso que setor público chegue também com investimento’
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, apontou a urgência de maiores investimentos públicos para fomentar o desenvolvimento econômico do estado em 2025. Ele mencionou gargalos como energia renovável, infraestrutura e sustentabilidade que precisam de atenção.
“A iniciativa privada faz a parte dela, mas é preciso também que o setor público chegue com o seu investimento. O RN tem suas dificuldades, que todos nós sabemos, mas espero que, em 2025, a classe empresarial e os empreendedores possam realmente ter um apoio melhor para que, não só os que estão aqui, outros investimentos possam vir para o Rio Grande do Norte”, disse, em entrevista ao Jornal da Cidade, da 94 FM, nesta segunda-feira 30.
A infraestrutura é uma das principais fragilidades apontadas por Serquiz. As rodovias estaduais ainda apresentam limitações, mesmo com a recuperação de cerca de 400 quilômetros de estradas anunciada pelo Governo do Estado ao longo de 2024. “Tem o aeroporto, que temos uma perspectiva boa porque assumiu a nova concessionária, mas a gente precisa ver, realmente, um resultado melhor, sobretudo na questão do Aeroporto Internacional”, afirmou.
Outro ponto crítico apontado por Serquiz é a dependência do Estado em relação aos portos do Ceará e Pernambuco, que escoam 74% da produção do RN. “A questão do porto é fundamental para que a gente possa melhorar, inclusive, a arrecadação. Porque estamos patrocinando para os estados do Ceará e de Pernambuco. Isso é oportunidade que a gente perde, levando fluxo para esses estados”, lamentou.
O presidente mencionou que a FIERN realizou um estudo para viabilizar um novo porto no Estado. “O Observatório Mais RN fez uma pesquisa bem fundamentada, inclusive com o nome das empresas que fazem importação via rodoviária, mostrando a viabilidade do porto, levantando o que precisa ser feito e o retorno que ele trará ao Estado”.
No campo das legislações, Serquiz propôs a revisão da Lei Ambiental de 2004, com o objetivo de descentralizar processos de licenciamento para os municípios. “Estamos propondo a descentralização para os municípios. Aquilo que for de impacto local, que fique com os municípios. Isso descongestiona o órgão ambiental e permite ao estado focar nos grandes projetos, como energia e petróleo”, frisou.
E apontou que iniciativas como o laboratório de hidrogênio verde do Senai, já em operação, fortalecem esse setor de energias renováveis, que busca avançar na transição energética. “Hoje, ele já está fazendo pesquisa aplicada a nível laboratorial, já partindo para a escala”, disse.
E lembrou que o RN investe em energias renováveis offshore. “Transformamos o ginásio do Senai numa fábrica de boias, aquelas que fazem a medição desse grande potencial que temos no futuro do offshore, ou seja, a energia eólica no mar. Hoje estamos produzindo essas boias para todo o Brasil”, disse.
Agora RN
Comentários